Moraes reage a sanções dos EUA e denuncia tentativa de novo golpe com apoio internacional

Foto: divulgação/Antonio Augusto/STF
Foto: divulgação/Antonio Augusto/STF

Em um discurso contundente durante a sessão de reabertura do semestre do Judiciário nesta sexta-feira (1º), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que vai ignorar as sanções impostas contra ele pelo governo dos Estados Unidos, por meio da chamada Lei Magnitsky. Segundo o ministro, as penalidades fazem parte de uma nova tentativa de golpe de Estado, articulada por “pseudopatriotas” com apoio externo, repetindo o mesmo modus operandi dos ataques de 8 de janeiro de 2023.

“Covardes. Pseudopatriotas que estão escondidos fora do território nacional”, declarou Moraes. “Antes, acampamentos em frente aos quartéis, invasão da Praça dos Três Poderes. Agora, incentivo à taxação do Brasil, incentivo à crise econômica, que gera crise social e, por fim, crise política, tudo com o objetivo de nova tentativa golpista.”

Sem citar nomes, Moraes afirmou que há provas de que brasileiros investigados por envolvimento na tentativa de golpe articularam diretamente com autoridades do governo norte-americano para que as sanções fossem impostas. Entre os alvos de suas críticas, estaria o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cuja atuação nos Estados Unidos tem sido questionada por aliados do governo.

O ministro classificou as articulações como um ato de traição ao país. “Negociação escusa, vil, traiçoeira com autoridades estrangeiras. Como se glória houvesse na traição”, afirmou.

De acordo com Moraes, o objetivo dos envolvidos seria criar instabilidade institucional e pressionar o STF a encerrar imediatamente ações penais em curso contra investigados pelos ataques às instituições democráticas.

“Essas ações têm uma única e exclusiva finalidade: obter um súbito, inexistente, inconstitucional arquivamento imediato de ações penais. Não é possível pressionar o Supremo sob pena de se prejudicar o sustento de brasileiros e brasileiras.”

Moraes também denunciou uma série de ameaças dirigidas a ministros do Supremo, ao Procurador-Geral da República (PGR) e a seus familiares. Segundo ele, vídeos compartilhados em redes sociais mencionam nominalmente as esposas dos ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin.

“A ousadia criminosa parece não ter limites. Essas ameaças covardes, patéticas, mostram que essa organização miliciana acredita estar acima da Constituição. Mas esta Corte, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal não se vergarão a essas tentativas de coação”, afirmou.

Encerrando o discurso, Moraes defendeu a transparência dos processos envolvendo os acusados pelos ataques do 8 de janeiro e garantiu que o STF está atuando dentro da legalidade. “Não há no mundo uma ação penal com tanta publicidade como essa. É o Supremo atuando dentro da Constituição, garantindo o devido processo legal.”

 

Com informações do SBT News

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