O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ouve nesta segunda-feira (3) o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre a operação policial realizada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, que terminou com 121 mortos e se tornou a mais letal da história do país. A audiência ocorre no âmbito da ADPF das Favelas, ação que estabelece parâmetros para operações policiais em comunidades do Rio.
No dia seguinte à incursão, Moraes determinou o envio de informações detalhadas sobre a força-tarefa. Em sua decisão, o ministro destacou que o governador deverá esclarecer pontos como o planejamento da ação, o nível de força empregado, o número de agentes e armamentos utilizados, além do total de mortos, feridos e presos. Também serão exigidos dados sobre eventuais abusos, uso de câmeras corporais, responsabilização de agentes e assistência às famílias das vítimas.
A reunião, marcada para as 11h, contará ainda com a presença do secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, do comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, do delegado-geral da Polícia Civil, Felipe Curi, e do diretor da Polícia Técnico-Científica, Waldyr Ramos. Ao longo do dia, Moraes também terá audiências com autoridades do Judiciário e do Executivo fluminense, incluindo o presidente do Tribunal de Justiça do Rio (13h30), o procurador-geral de Justiça (15h), o defensor público-geral do Estado (16h30) e o prefeito Eduardo Paes (18h).
Na véspera, Moraes determinou ainda que o governo do Estado preserve e documente todas as provas relacionadas à operação. O ministro conduz temporariamente a ADPF das Favelas devido à transição de relatoria no STF, após Edson Fachin assumir a presidência da Corte e Luís Roberto Barroso se aposentar antecipadamente. Moraes permanecerá responsável pelo caso até a nomeação de um novo ministro.
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