Mandato de Geraldo Resende no partido se encerra nesta terça-feira
A disputa interna pelo comando do PSDB em Mato Grosso do Sul movimenta os bastidores da política estadual nesta semana. Com o fim do mandato do deputado federal Geraldo Resende, que vinha presidindo provisoriamente após a saída do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), mas que perde o prazo com o fim da vigência da Executiva Estadual nesta terça-feira (21), lideranças do partido intensificam as articulações para definir o novo presidente.
Entre os cotados estão o deputado federal Beto Pereira e o deputado estadual Pedro Caravina, que têm buscado apoio entre prefeitos, vereadores e dirigentes municipais.
Em entrevista ao jornal O Estado, o vereador Papy (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, revelou que a bancada tucana na Capital tem ouvido os dois pré-candidatos à presidência e defende uma escolha baseada em estabilidade partidária. “Vamos receber o Caravina. Já recebemos o Beto, que é um dos candidatos, e reunimos os vereadores da bancada. Ele [Caravina] pediu também para ser ouvido, vai pleitear o cargo. O acordo pode ser um presidente-tampão até o fim do ano, com uma articulação maior depois, ou um acordão para alguém assumir agora e continuar em 2026”, explicou o vereador.
O vereador destacou que, na sua avaliação pessoal, o deputado federal Beto Pereira reúne as melhores condições para assumir o comando estadual. “O Beto tem uma larga vantagem. Já é do partido, é deputado federal, tem capacidade de montar chapa. É o político mais arrojado hoje para ser presidente”, avaliou.
O presidente ponderou que os parlamentares federais enfrentam maior risco de mudança de legenda devido às incertezas sobre a viabilidade eleitoral do PSDB em 2026.
O deputado estadual Pedro Caravina destacou que o diálogo com os vereadores da Capital faz parte de um esforço coletivo para reorganizar o partido e definir quem deve conduzir o processo de retomada. “É uma conversa para ver o que eles pensam a respeito dos próximos passos do PSDB. O partido tinha um tamanho enorme, o maior do Brasil. Agora não vai ter mais isso.
Segundo Caravina, o objetivo é manter a estrutura partidária e preparar a legenda para as eleições de 2026. “Temos toda a musculatura para montar boas chapas de federal e estadual e apoiar a reeleição do Riedel. Mas precisa ficar com quem quer tocar. Eu tenho vontade de permanecer e ajudar na reconstrução do PSDB, um partido do qual faço parte há muito tempo”, disse o deputado.
Caravina explicou que, apesar do término do mandato estadual nesta terça-feira, a definição sobre a nova executiva depende da direção nacional. “O diretório vence agora, mas a nacional deve resolver até o final de novembro, quando haverá a convenção. Estamos nos articulando para entender quem tem interesse na permanência e quer ajudar a reconstruir o partido”, explicou. Já o deputado federal Geraldo Resende, que vem presidindo o PSDB de forma provisória desde a saída de Reinaldo Azambuja, reforçou que a escolha da nova executiva está nas mãos da direção nacional, liderada por Marconi Perillo. “Acaba o período da atual executiva. Pode ser renovada, pode mudar toda a composição, vai ser uma provisória. Quem anuncia é a direção nacional. Vamos esperar acontecer”, afirmou.
O deputado federal Beto Pereira, um dos nomes mais cotados para assumir a presidência estadual, também afirmou que aguarda a decisão da executiva nacional. “O que temos de orientação é que o presidente Marconi vai editar uma comissão provisória. Estamos na expectativa de qual será o entendimento dele nessa decisão, que deve ocorrer nos próximos dias”, afirmou.
Sobre o processo de votação, apenas os membros da executiva estadual participam da escolha, ou pode ocorrer um acordo, sem necessidade de votação. A eleição definitiva, com participação mais ampla, deve ocorrer em 2026.
Por Carol Chaves
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