Simone Tebet e deputado Baleia Rossi (SP) confirmaram a liberação
A entrevista concedida pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), e pelo secretário da Casa Civil de saída, Eduardo Rocha, ocorreu em um clima de transição e reorganização, tanto no governo estadual quanto no partido. Ao ser questionado sobre o seu futuro partidário, Rocha revelou que ainda não há uma definição. Apesar de afirmar que, por vontade própria, permaneceria no MDB, ele deixou claro que a decisão final será tomada em conjunto com o governador Eduardo Riedel (PP).
“Eu quis sair antes para não contaminar a política do governo com a política eleitoral e nem a política eleitoral com a política do governo”, declarou Rocha, destacando que pretende percorrer os 79 municípios do estado para estreitar laços com prefeitos, vereadores e lideranças locais.
Ele reforçou que qualquer mudança partidária só poderá ser discutida em fevereiro ou março, quando a janela partidária permitir que parlamentares com mandato possam migrar de legenda.
“O governador vai decidir o meu destino. Ele vai saber se eu fico no MDB, se eu vou para o PP, para o PSD ou para o Republicanos”, afirmou.
A entrevista também abordou a reorganização interna do MDB, Simone Tebet fez questão de ressaltar que o MDB, historicamente, tem conseguido resolver suas diferenças internas e garantir a liberdade de seus membros. “O MDB nunca obrigou ninguém a acompanhar A ou B. Nós vamos ter liberdade para apoiar qualquer candidato a presidente da República”, afirmou a ministra. Ela pontuou que o partido deve seguir o “direcionamento da alçada federal”, mas reforçou que a autonomia estadual continuará sendo respeitada.
A fala de Tebet vem em um momento em que o partido busca reposicionar-se nacionalmente, após as eleições de 2022 e diante das movimentações que antecedem o próximo pleito presidencial. A ministra destacou a importância da maturidade política e da independência partidária, relembrando que o MDB já viveu momentos semelhantes no passado. Rocha complementou citando um exemplo emblemático: “Quando o Michel Temer foi candidato a vice da Dilma, o MDB daqui apoiou o Geraldo Alckmin”.
Durante a entrevista, Rocha também abordou mudanças no governo estadual, destacando a chegada de Walter Carneiro como substituto na Casa Civil. “A transição está sendo tranquila, o Walter conhece o jogo, está comigo desde fevereiro e vai tocar do mesmo jeito”, garantiu o secretário.
Foi mencionado também a relação política entre o governo estadual e o MDB local, especialmente diante das críticas de alguns segmentos partidários ao suposto “discurso lulista” atribuído a Tebet. O ex-secretário minimizou, lembrando que o MDB nacional adota postura de autonomia federativa e que, no campo estadual, as decisões serão tomadas conforme os interesses locais e regionais.
Carol Chaves