Ex-ministro descarta mudança de domicílio eleitoral para disputar eleição
Cotado a disputar eleições em 2022 para presidente da República, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta descartou mudar o domicílio eleitoral de Mato Grosso do Sul para o Rio de Janeiro, como ventilado nos bastidores da política. Mandetta aparece em pesquisas eleitorais para o cargo no Palácio do Planalto e afirma que está à frente de discussões nacionais do Democratas atuando como um porta-voz do partido.
Questionado sobre se a mudança de domicílio eleitoral era uma realidade, o médico negou e citou que a conversa era apenas relacionada a questão do deputado Rodrigo Maia, que pediu à Justiça Eleitoral para se desfiliar da sigla. “Não. Isso foi num contexto de discussões sobre o Rio de Janeiro. Isso foi feito tinha muita gente, mas nada aprofundado não. Foi uma coisa mais em função do Rodrigo Maia, que era referência do DEM no Rio como fazer uma interlocução com ele, mas nada além disso.”
Sobre a reunião na semana passada na casa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e se a tratativa já é sinalização de fortalecimento do partido e pré-candidatura a presidente, Mandetta disse que todos os partidos estão realizando discussões internas e que é porta-voz em nível nacional.
“É saudável. É salutar e o Democratas não é diferente dos outros partidos. Tem partidos com quatro ou cinco pré-candidatos como o PSDB. Eles estão muito longe de decidir. Tem partidos que já decidiram não ter candidatos e tem partidos que estão discutindo ideias. O DEM está discutindo ideias e tem de ter porta-voz. É natural eles me chamem para ser o porta-voz do partido e para se discutir em nível nacional essas ideias. Isso vai acontecendo naturalmente e não significa uma candidatura. Mas significa que o partido está vivo, que tem quadros como governadores de estados, prefeitos de capitais, prefeitos de cidades médias e cidades do interior.”
O ex-ministro explica que o partido foi um dos que mais cresceram nas últimas eleições, com aumento expressivo no número de prefeituras e de vereadores. Para Mandetta, o partido está em um momento muito rico de debates e precisa fazer discutir com todos os membros, desde filiados e pessoas em cargos públicos como prefeitos, governadores, senadores e deputados. “Para poder chegar em 2022 bem posicionado e bem ciente do seu papel na democracia.”
Questionado sobre o percentual em que aparece em pesquisas para o cargo de presidente da República e como enxerga os dados, Mandetta afirma que vê com orgulho pelo fato de Mato Grosso do Sul ter um representante nacionalmente.
“Primeiro eu vejo com muito orgulho para Mato Grosso do Sul. Para nós termos um nome do Estado, saído da política local ainda que o nosso Estado não seja de grande volume de pessoas ou de colégio eleitoral grande. E você ter um nome daqui que aparece em Amapá, aparece no Acre, no Rio Grande do Sul ou em São Paulo me deixa muito envaidecido como sul-mato-grossense. Acho que é a salutar. Acho bom porque é conhecido por ter se pautado pela ética, pela verdade, não ter negociado valores. Os valores éticos são muito importantes, a preservação da vida é muito importante. Acho que isso reflete o trabalho quando foi feito e quando o Brasil conheceu. Nada estranho para Mato Grosso do Sul, eu já enfrentei pandemias aqui como secretário de Saúde, construí um bom pedaço da rede municipal de saúde [de Campo Grande]. Nada diferente do que a gente tem aqui em MS, sempre da mesma maneira, sempre com respeito, educação, atendendo a imprensa e a todos que procuram.”
Governador
Indagado se pode pleitear cargo de governador em Mato Grosso do Sul ele afirma que o partido de modo regional vai ter essas discussões, mas que existem outros quadros. “O Democratas de Mato Grosso do Sul vai ter o seu tempo de discutir todas essas questões, e vai ter de se entender com a sua coerência. Tem quadros como a ministra Tereza, o deputado estadual Zé Teixeira, deputado Barbosinha, o vice-governador Murilo que está licenciado por doença, mas é um quadro. Temos 14 prefeitos, vices, vereadores e o Democratas é um peso importante na geopolítica do Estado. Eu estou fazendo essa discussão nacional, mas permaneço fazendo as discussões estaduais, que, com certeza, vão aumentar no segundo semestre e eu pretendo, sim, estar envolvido nessas tratativas.”
(Texto: Andrea Cruz)