O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Nova York na noite de domingo (21) para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A viagem ocorre no auge da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, agravada após o governo Donald Trump impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e ameaçar novas sanções em resposta a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o Palácio do Planalto, não há previsão de encontro entre Lula e Trump durante a estadia. Nesta segunda-feira (22), o líder brasileiro participa apenas da Conferência Internacional para a Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada por França e Arábia Saudita.
Na terça-feira (23), Lula fará o tradicional discurso de abertura do Debate Geral da ONU, prerrogativa do Brasil desde 1955, após as falas do secretário-geral António Guterres e da presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. Em seguida, ao lado de Guterres, ele participará de um evento sobre ação climática.
A agenda de quarta-feira (24) inclui a copresidência, ao lado de Gabriel Boric (Chile) e Pedro Sánchez (Espanha), da segunda edição do encontro “Em Defesa da Democracia”, que reúne líderes de diferentes regiões para reforçar o multilateralismo, o Estado de Direito e a cooperação contra o extremismo, a desinformação e o discurso de ódio.
Devido à tensão com Washington, Lula viajou com uma comitiva reduzida, sem representantes do Congresso. A delegação é composta pelos ministros Camilo Santana (Educação), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Márcia Lopes (Mulheres), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), além dos governadores Elmano de Freitas (Ceará) e Helder Barbalho (Pará). O embaixador Celso Amorim, assessor especial da Presidência, também integra o grupo.
Marina Silva, Mauro Vieira e a primeira-dama Janja da Silva já estavam em Nova York, participando de eventos ligados a mudanças climáticas e questões sociais.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou a viagem após receber um visto restrito, que limitava sua circulação em território norte-americano, decisão atribuída à criação do programa Mais Médicos durante o governo Dilma Rousseff. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, permaneceu em Brasília para acompanhar a votação de projetos prioritários, entre eles a proposta que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais.
Lula permanece em Nova York até quarta-feira (24), quando encerrará sua participação nos eventos multilaterais antes de retornar ao Brasil.
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