Lula critica aprovação da ‘PEC da Blindagem’ e cobra prioridade para pautas sociais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou suas críticas nessa quinta-feira (18) à aprovação da chamada “PEC da Blindagem”, votada pela Câmara dos Deputados dois dias antes. Durante cerimônia no Palácio do Planalto, Lula disse estar “muito chateado” com a decisão dos parlamentares, que, segundo ele, desvia o foco de temas essenciais à população.

“A votação no Congresso Nacional, da prerrogativa, garantir imunidade da forma que foi garantida até para presidente de partido… Não é uma coisa séria. O que precisa ser sério é a gente garantir prerrogativa de vida para o povo brasileiro, prerrogativa de trabalho, educação”, afirmou o presidente, durante o anúncio dos resultados do Novo PAC Seleções para obras de drenagem e contenção de encostas. O programa prevê cerca de R$ 11,7 bilhões em investimentos para 200 municípios de 26 estados, com o objetivo de prevenir deslizamentos e salvar vidas.

Mais cedo, ao chegar ao evento, Lula também foi questionado sobre a aprovação da urgência de um projeto de lei que prevê anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. “Anistia é com o Congresso Nacional”, limitou-se a responder.

Avanço da PEC e reação no Senado

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, apelidada de “PEC da Blindagem”, restringe a atuação da Justiça ao determinar que processos contra deputados e senadores só avancem com autorização da Câmara ou do Senado, em votação secreta e por maioria absoluta. O texto também amplia o foro privilegiado, estendendo-o a presidentes de partidos com representação no Congresso, e condiciona medidas cautelares contra parlamentares à aprovação do Legislativo.

A proposta foi aprovada em dois turnos na Câmara na terça-feira (16) e enviada ao Senado, onde será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), adiantou que a matéria “deve ser enterrada” na Casa.

Ainda na quarta-feira (17), deputados aprovaram a urgência de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, abrindo caminho para votação direta em plenário. O relator será o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Dias Tofoli – Foto: Ton Molina/STF

STF cobra explicações da Câmara

Enquanto o debate avança no Legislativo, o Supremo Tribunal Federal também se movimentou. O ministro Dias Toffoli determinou nesta quinta-feira (18) que a Mesa da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), forneça em até 10 dias informações sobre a tramitação da PEC.

O pedido atende a um mandado de segurança do deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que questiona a legalidade do processo. Kataguiri alega que o texto aprovado não corresponde ao encaminhado ao Senado, denuncia manobras regimentais para acelerar a votação e critica a derrubada de um destaque que eliminava o voto secreto para autorizar processos contra parlamentares.

Com as explicações, Toffoli decidirá se suspende ou não a tramitação da PEC no Senado, em mais um capítulo da disputa entre Congresso e Judiciário sobre os limites da imunidade parlamentar.

 

Com informações do SBT News

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

 

Leia mais

União Brasil dá prazo 24 horas para filiados deixarem cargos no governo Lula

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *