Hoje (21) acontece em Brasília a convenção para oficialização do partido Aliança Pelo Brasil (APB), com a presença do presidente Jair Bolsonaro. O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL) é o único com lugar garantido na reunião, já os deputados estaduais coronel David e capitão Contar estão em Brasília e podem participar da solenidade. O deputado Ovando poderá virar o presidente regional do partido em MS, após a entrada definitiva.
Chamado de traidor por alguns seguidores, o deputado federal Loester Trutis, que criticou a criação do partido não deve participar. Em compensação a senadora Soraya Thronicke poderá comparecer, mesmo afirmando que não migrará devido a questões de mandato.
O corumbaense Luiz Ovando, é vice-líder do governo na Câmara e integra a equipe seleta de 30 pessoas que apoiam a ideia do presidente em fundar uma sigla. Na mesma linha e seguidor fiel de Bolsonaro, está Coronel David, que saiu de Campo Grande ainda na terça-feira (19) para encontrar com ministros e aproveitar o momento próximo ao mandatário.
“Estou em Brasília para agenda com ministros e claro, se possível, falar com o presidente Jair Bolsonaro. Sobre o novo partido, vou esperar as conversas e estou à disposição para seguir com o presidente”, disse David.
Deputado Ovando, que acompanha a movimentação no Congresso Nacional desde o racha no PSL e inimizade entre Bolsonaro e Luciano Bivar, presidente do partido, pretende levar a ideologia do APB a todo Mato Grosso do Sul e até auxiliar em filiações e divulgação.
“Estamos com diversos apoiadores e em busca de uma solução para a divisão que ocorreu no PSL. No caso do Aliança já temos lideranças do interior do Estado e alguns correligionários que simpatizam com a proposta. Após a formalização do partido com as questões administrativas e burocráticas, haverá a coleta assinaturas”, explicou o Dr. Luiz Ovando, que mesmo sem confirmar o parlamentar deverá ser o presidente Regional do partido em Mato Grosso do Sul.
Na convenção de hoje, Bolsonaro deve ser encaminhado à presidência do Aliança Pelo Brasil, após a apresentação do estatuto e diretrizes da sigla. Segundo o site O Antagonista o número partidário da sigla seria o 38.
Existe a expectativa de que personalidades de outros partidos migrem para o Aliança, conforme houver a regularidade de janela partidária. “No caso de parlamentares em mandato recente existe todo um processo e verificações por questões de infidelidade partidária e alguns empecilhos; agora para uma liderança comum e cidadão que possui filiação é mais fácil, porque ele pede a desfiliação do partido atual e posteriormente se filia ao Aliança”, continuou Luiz Ovando.
PSL-MS
O racha entre o partido no Estado também deve provocar a saída de filiados bolsonaristas que seguem a risca a “premissa Bolsonaro”. Dentre as possíveis desfiliações está a do ex-presidente do partido Rodolfo Nogueira que teve o cargo tomado após a vitória da senadora Soraya Thronicke nas eleições 2018.
Após processos na Justiça e acusações mútuas, Soraya conseguiu a cadeira da presidência do diretório estadual ao início deste ano. Desde então, firmou parceria com os deputados Loester Trutis e capitão Contar. O que ninguém contava era com a evolução do cenário em que até o presidente, antes símbolo do partido, seria o primeiro a “pedir licença”.
Dos três parlamentares acima, apenas Loester Trutis não deve participar da convenção por ter agenda em Dourados. O deputado foi contra a criação do APB e fez críticas a atitude do presidente nas redes sociais. Ele recebeu uma enxurrada de comentários negativos e foi taxado de traidor por alguns.
Já a senadora Soraya Thronicke disse que continuaria no PSL por questão de mandato, mas que seguirá fiel aos preceitos de Bolsonaro. O deputado capitão Contar aparentemente segue a mesma linha.
Após a convenção os próximos passos da nova sigla serão divulgados, assim como a estratégia de filiações, que devem alcançar 461 mil para efetivar a criação do APB.
(Texto: Andrea Cruz)
