Presidentes destacam planejamento, diálogo e independência como pilares para tocar o próximo ano
Com a chegada de 2026, ano marcado pelo calendário eleitoral, os presidentes da ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) e da Câmara Municipal de Campo Grande antecipam um cenário de maior intensidade política, mas defendem que o calendário eleitoral não deve interferir no funcionamento das Casas Legislativas. O planejamento, segundo eles, está ancorado na continuidade dos trabalhos, na previsibilidade institucional e no fortalecimento do diálogo entre os Poderes.
Na Assembleia Legislativa, o presidente e deputado estadual Gerson Claro (PP) ressalta que a experiência acumulada em anos eleitorais anteriores orienta a condução dos trabalhos para 2026. De acordo com ele, a ALEMS seguirá com sua rotina normal, garantindo o funcionamento das comissões, o debate de projetos e o cumprimento dos prazos regimentais.
“A Assembleia não pode parar por conta do calendário eleitoral. O Parlamento tem responsabilidades institucionais e precisa manter sua organização, seu diálogo e sua previsibilidade. Isso é fundamental para que o Estado continue avançando”, afirmou.
Embora reconheça que os embates políticos tendem a se intensificar em anos de eleição, Gerson Claro avalia que a maturidade política dos deputados tem sido decisiva para preservar o foco no interesse público. Segundo ele, o debate é parte essencial do processo democrático, mas não pode se transformar em obstáculo para a deliberação de matérias relevantes.
“O que temos buscado é separar bem o espaço do debate eleitoral, que acontece dentro dos partidos, do espaço institucional, que é onde decidimos aquilo que impacta a vida das pessoas”, completou.
Para 2026, o presidente da ALEMS aponta que projetos estruturantes devem ganhar destaque na pauta legislativa. Entre as prioridades, ele cita propostas voltadas ao desenvolvimento econômico do Estado, à sustentabilidade, à infraestrutura, ao saneamento básico e às parcerias que permitam avanços sem comprometer a responsabilidade fiscal. O fortalecimento dos municípios também aparece como eixo central das discussões.
Câmara
Na Câmara Municipal de Campo Grande, o presidente e vereador, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), faz uma avaliação positiva do primeiro ano da atual legislatura e projeta um 2026 ainda mais desafiador. Segundo ele, o ritmo intenso de 2025 reflete o compromisso dos vereadores com as demandas da cidade.
“Encerramos este primeiro ano com a consciência tranquila de que o trabalho foi feito. A cidade ainda enfrenta muitas dificuldades e elas não se resolvem apenas com o recesso. Por isso, o campo-grandense pode esperar muito empenho da Câmara em 2026”, declarou.
Papy também abordou as críticas relacionadas à relação entre o Legislativo municipal e o Executivo. “Nós colaboramos com o Executivo quando as ações são positivas para a cidade, mas também exercemos nosso papel de fiscalização”.
O presidente da Câmara avalia ainda que houve um avanço na atuação coletiva dos vereadores, especialmente na fiscalização e no controle das ações da prefeitura. Segundo ele, o ambiente interno tem garantido maior liberdade para que parlamentares, inclusive da base da prefeita, se posicionem e apoiem iniciativas como convocações de secretários e comissões parlamentares de inquérito.
“Hoje existe uma fiscalização mais institucionalizada. Quando você vê CPIs assinadas por mais da metade da Casa, inclusive por aliados do Executivo, isso mostra um ambiente político mais maduro e equilibrado”, afirmou.
Apesar do cenário eleitoral, Papy avalia que a relação entre Câmara e Prefeitura tem sido marcada pelo respeito mútuo. Ele destaca a presença de secretários municipais em audiências e convocações como sinal de diálogo e fortalecimento da transparência.
Garantia
Para os presidentes dos dois Legislativos, o desafio de 2026 será garantir que o aumento da disputa política não comprometa a missão institucional das Casas. O discurso, tanto na esfera estadual quanto municipal, é de que diálogo, respeito às divergências e foco nas demandas da população serão determinantes para atravessar o próximo ano.
Por Brunna Paula
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