A Lava Jato do Rio de Janeiro quer esclarecer as suspeitas de corrupção envolvendo órgãos públicos que integram a própria operação.
Depois de prender membros da Receita Federal, a força-tarefa voltou-se à investigação de uma suposta proteção dada pela PF (Polícia Federal) e também pelo MP (Ministério Público) a um denunciado na operação, o doleiro Dario Messer.
Ele está preso desde o final de julho e é acusado de comandar uma rede de operadores financeiros responsável pela lavagem de US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 6,4 bilhões) para corruptos investigados na Lava Jato.
Em busca de informações sobre o caso, o MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) convocou o próprio Messer a depor na sede do órgão no último dia 8.
Mesada de R$ 200 mil
Dois operadores que já trabalharam para Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, afirmaram em delação premiada feita ao próprio MPF-RJ que pagaram US$ 50 mil por mês (mais de R$ 200 mil, na cotação atual) entre 2005 e 2013 para que ele fosse protegido de operações da PF e do MP.
As delações não especificam que delegacias da PF ou órgãos do MP teriam protegido o doleiro. Também não citam casos em que a proteção ocorreu.
Segundo os delatores, os pagamentos da suposta taxa de proteção foram feitos ao advogado Antonio Figueiredo Basto, que já defendeu Messer. Basto, entretanto, nega veementemente ter recebido qualquer valor para negociar uma suposta proteção ao seu ex-cliente. (Uol)