Com interação da população e de representantes do setor da educação, foi debatido na live desta quarta-feira (10), promovida pela Comissão Especial em apoio ao Combate a Covid-19 da Câmara Municipal de Campo Grande, o processo de reabertura das escolas particulares e públicas do município.
As escolas particulares de Campo Grande estão em processo de construção do Plano de Biossegurança para o retorno das aulas presenciais, com previsão de acontecer de forma escalonada a partir do dia 1° de julho. Já as escolas da Rede Municipal de ensino e da Rede Estadual de ensino que também estão com as aulas presenciais suspensas até o dia 30 de junho, ainda não tem uma data de reabertura das escolas para as aulas presenciais.
A secretária Municipal de Educação, Elza Fernandes Ortelhado afirmou durante a live que as escolas públicas não tem uma data para retorno das aulas presenciais. “Quero deixar claro que as escolas municipais não têm data para retorno, foi discutido no Ministério Público um possível retorno das escolas particulares, com certeza, voltando as escolas particulares seremos questionados, quero deixar vários pontos relevantes para esse não retorno nas escolas públicas. Temos 110 mil alunos na Rede Municipal de Ensino. Se tomarmos decisão de voltar, o município precisa dar todo equipamento de segurança pessoal, temos a questão da estrutura física, não temos espaço adequado para fazer o distanciamento, não temos áreas ao ar livre para trabalhar os conteúdos, não concordamos com o retorno gradativo, se for para voltar temos que voltar todos alunos. Então, são várias questões, não tem como fazer comparativo das escolas municipais com as escolas particulares”, alegou.
Representando o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de MS (Sinepe-MS), Prof. Hudson Cruz Ortiz explicou que o Plano de Biossegurança foi construído para trazer segurança para os alunos e profissionais da educação. “Todos nós temos o mesmo objetivo, superar esse momento de pandemia, que nossos alunos retornem com a máxima segurança para que os professores possam dar continuidade no ensino de aprendizado. Todos somos escolas, queremos a volta das atividades presenciais, com toda segurança que isso envolve, a retomada vai ser difícil, mas todos estão se preparando para o que precisa ser feito. O Plano de Biossegurança foi apresentado e está sendo analisado pela Prefeitura, mas temos um plano consistente que envolve desde a entrada, inúmeros protocolos que nos dão a certeza, que se retornar e quando retornar os alunos terão a mesma segurança que estão tendo em casa, os pais também precisam sair para trabalhar”, explicou
Outro fator apontado por Ortiz, que mesmo com o possível retorno das aulas presenciais nas escolas particulares de forma escalonada, haverá ainda continuidade das aulas remotas. “As escolas estão se preparando para a possibilidade do retorno das aulas presenciais e de forma escalonada, com todo cuidado, não sendo inclusive obrigatório o retorno do aluno, o pai vai poder manter o filho em casa, vai continuar tendo as aulas virtuais”, salientou.
Segundo o Presidente do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP-MS), Prof. Lucílio Nobre o momento é de reforçar o uso das fermentas tecnológicas para transmissão do conteúdo para os alunos. “A preocupação é de todos, a preservação da vida agora é nosso maior interesse, a responsabilidade tem que estar acima de mais interesses, porque se retornar as aulas pode provocar o aumento do contágio, o distanciamento é o mais importante neste momento. Acredito que o momento seja de fortalecer as redes sociais para trabalhar o conteúdo aos alunos”, defendeu.
Para o Presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Casa de Leis, vereador Valdir Gomes, o retorno das aulas tem que ser bem analisado. “O assunto hoje é delicado, eu acredito para o Brasil todo, não só em Campo Grande, por isso, hoje estamos conversando com o setor e com a população, quem tem que tomar posição é o prefeito, e nossa Capital está sendo exemplo. Tem que ser uma avaliação bem criteriosa, porque não podemos brincar com uma doença que não tem vacina ainda. Decisão de retornar as aulas tem que ser bastante estudada”, avaliou.
Segundo o vereador Eduardo Romero que comandou o debate da live o objetivo da Casa de Leis é trazer o questionamento para envolver a população na discussão do tema. “Todos os dias precisamos reavaliar a situação do Coronavírus, por isso, não é simplesmente abrir ou fechar, há toda uma sistemática que precisa ser refletida. Objetivo é trazer esse questionamento na Casa de Leis, não estamos debatendo se retorna ou não, estamos colhendo informações para subsidiar o Executivo para tomar suas decisões mais assertivas”, explicou.
De acordo com o presidente da Comissão de Saúde e da Comissão de Combate ao Coronavírus, vereador Dr. Lívio, Estamos com números crescentes de casos de Coronavírus tanto no Estado quanto no município. “Vale salientar essa angústia de todos, de todas as empresas, dos profissionais que necessitam do seu sustento para trabalhar, nossos filhos também estão angustiados, sofrendo com esse afastamento da socialização, mas nosso entendimento é de seja precoce o retorno das aulas neste momento”, defendeu.
(Texto:Ana Rodrigues com informações da Assessoria da Câmara Municipal)