O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse ao STF (Supremo Tribunal Federal) que deu uma “mera opinião” e apenas levantou uma hipótese durante um “discurso político” quando declarou, sem apresentar provas, que ONGs poderiam estar por trás das queimadas na Amazônia.
A fala de Bolsonaro, feita em agosto, no auge dos focos de incêndios na floresta, gerou um pedido de explicações da Associação Civil Alternativa Terrazul no Supremo, que está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O presidente da República foi notificado a prestar esclarecimentos sobre sua declaração.
Em resposta apresentada ontem ao STF, Bolsonaro novamente não apresentou provas e disse que não foi “dúbio ou ambíguo” em sua afirmação.
“Em verdade, fui genérico. Isso porque, referida declaração não teve destinatário certo e específico, isto é, não se referiu a alguma ONG determinada ou concretamente determinável.”
Para Bolsonaro, em sua fala, “ficou claro que não houve sequer uma afirmação categórica, mas apenas fora suscitada uma hipótese”.
O presidente, à época da declaração, ainda afirmou que, em seu entender, haveria “interesse dessas ONGs, que representam interesses de fora do Brasil”. Um dia depois, Bolsonaro chegou a colocar a suspeita também sobre fazendeiros. “Pode, pode ser fazendeiro, pode. Todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs.” (Uol)