Ministério Público realiza oitivas com testemunhas de acusação no caso
Nesta semana, começam a ser ouvidos pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), as testemunhas de acusação da Operação Successione que investiga uma organização criminosa que investiu na aquisição de máquinas, para operar o jogo do bicho na Capital. Detre os 15 envolvidos, está o deputado estadual Neno Razuk (PL).
Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), os alvos da operação Successione alegaram que o material apreendido em um suposto QG do jogo do bicho, era para uma futura operação de “bet”, permtidas desde o fim de 2023 no país.
Após a apreensão de dispositivos eletrônicos, a investigação teve acesso a uma conversa dos interlocutores, Neno Razuk e o major reformado Gilberto Luís dos Santos, comentando sobre um suposto investidor, que teria apresentado o valor de R$ 30 milhões, o mesmo valor o cobrado pelo governo federal, para assegurar a outorga às empresas que querem ser bets.
Na época, o advogado que representa Neno Razuk, João Arnar Ribeiro, afirmou que o interesse seria em investimento no jogo do bicho que poderia ser legalizado, mas que não houve solicitação para formação de uma bet.
A Operação Successione contou com três fases, a primeira em 5 de dezembro de 2020, em Campo Grande e Ponta Porã, simultaneamente, que culminou no cumprimento de 10 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão. Entre os presos estaria um assessor do deputado estadual Neno Razuk (PL), na época, o parlamentar foi alvo de buscas.
No dia 20 de dezembro, uma segunda fase cumpriu 12 mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão em Campo Grande.
Já em janeiro de 2024, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), deflagrou, no dia 3, a 3ª fase da Operação Successione para o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão, na cidade de Campo Grande.
Conforme nota do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, integram a organização criminosa, policiais militares da reserva e um ex-policial militar (excluído dos quadros da corporação), que “se valiam de sua condição, especialmente do porte de arma de fogo, como forma de subjugar a exploração do jogo ilegal aos mandos e desmandos da organização criminosa, tudo para tornar Campo Grande novo território sob seu comando”.
Concluída a fase da investigação, o Gaeco nomeou que 15 pessoas, todas denunciadas no dia 19 de dezembro, cada qual a sua maneira, integravam organização criminosa armada, estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos triplamente majorados, corrupção, entre outros crimes graves.
A reportagem tentou acionar a defesa do deputado Neno Razuk, e não teve retorno. Por sua vez, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul afirmou que irá se posicionar após ter acusações de concreto.
Por Carol Chaves