Campo Grande têm quase 1 milhão de habitantes, e não conta com um Hospital Municipal
Há anos se fala sobre Campo Grande ganhar um Hospital Municipal, porém a promessa nunca saiu do papel e já é chamada de “lenda urbana” pelas pessoas que esperam a realização do complexo hospitalar. Porém, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande, levantaram a questão e se manifestaram sobre a urgência da implantação deste na Capital.
O presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), disse que a Casa de Leis luta constantemente pela saúde dos campo-grandenses, e que muitas demandas da pasta entraram na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e serão votadas ainda neste semestre. “A Casa sempre defendeu a saúde pública é constantemente discutimos a pasta com seriedade”, afirmou o presidente.
O vereador Junior Coringa (PSD) disse que as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) não são pronto-socorro, e que o município está perto de bater 1 milhão de habitantes, mas ainda não tem um Hospital Municipal.
“Hoje terceirizamos hospitais e gastamos em torno de R$500 milhões por ano, que vai para o bolso dos empresários. Cadê os oito deputados federais do nosso estado? Cadê as emendas de quase R$ 20 milhões que não chegam aqui?”, se indignou o parlamentar.
Já para o vereador Marcos Tabosa (PDT), falta interesse da prefeitura em dar início a implantação do hospital. “Criá-lo geraria economia para o município, mas o Poder Executivo precisa fazer um projeto e levar para o Congresso Nacional e ir atrás dos recursos para que a proposta saia do campo do sonho. Nós, aqui na Casa, cobramos a Prefeitura”, comentou.
O vereador Zé da Farmácia (Podemos), acredita que isso tudo seja apenas uma promessa de campanha, pois não sai do lugar.
“É o grande anseio da população, principalmente para quem está na fila de espera de exames e cirurgias. Já passou da hora de termos este hospital. É possível recurso para realizá-lo, mas acho que falta interesse da parte do Executivo Municipal”, comentou.
Para o parlamentar Dr. Victor Rocha (PP), é de extrema importância que a Cidade Morena tenha um hospital municipal. “Hoje nós temos mais de 100 mil pacientes que aguardam consultas, exames e cirurgias. Precisamos de apoio Municipal, Estadual e Federal para a realização desse complexo”, comentou.
O médico Ronaldo Souza, diretor do Departamento de Aposentados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Fundação UFMS e IFMS (SISTA-MS), disse que o hospital municipal precisa ser um grande complexo.
“Não adianta fazer um hospital com a estrutura e os números de leitos atuais, visto que estes já são insufientes para a realidade de hoje. Então é necessário fazer um complexo que possa progressivamente ajustar o tamanho da obra ao crescimento da população, e às necessidades e demandas de serviços que surgem a cada dia. Por exemplo, tivemos que fazer diagnóstico de Covid-19, e agora estamos diante da varíola do macaco, sentimos a necessidade de um ambieten que se ajuste às demandas epidemiológicas e clínicas do município. Campo Grande recebe recursos para atender 33 municípios, somos a sede de todos eles.Jaraguari não tem como ter hospital, nem Terenos, nem Corguinho ou Rochedo, então nós somos o centro hospitalar deles, e de mais outras cidades do Mato Grosso do Sul. Para atender a todos, precisa sim que essa ‘lenda’ vire realidade,” explicou.
Para a defensora pública e presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado de Mato Grosso do Sul (ADEP-MS), Olga Lemos Cardoso, disse que é necessário fazer uma Audiência Pública para que os interessados em uma instalação do hospital sejam chamados.
“Precisamos conversar com médicos, convidar o secretário de saúde, pois muitas vezes o travamento está dentro do sistema de saúde. Se há verba, temos que conquistá-las por meio de emendas parlamentares na área federal, para podermos receber e tirar esse hospital do papel. Aqui é uma referência, Campo Grande acolhe pacientes de outros estados e até mesmo de outros países”, explicou a defensora.
A Secretaria de Saúde disse ao jornal O Estado Online, que em decorrência da pandemia da Covid-19, as ações de enfrentamento à doença tornaram-se prioridade. Desta forma, os recursos para investimentos a serem repassados pelo Ministério da Saúde foram retidos.
O hospital
Desde 2019 Campo Grande tenta viabilizar a construção e funcionamento de um Hospital Municipal, que prevê 300 leitos, Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e Recuperação Pós-Anestesia (RPA). Estima-se que o Hospital Municipal de Campo Grande custe aproximadamente R$ 200 milhões.
Matéria editada para acréscimo de informação.
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