Por falta de chuva, alta temperatura, baixa umidade e com vegetação seca, as condições climáticas do Pantanal não estão muito favoráveis à redução dos focos de calor. Diante dessa situação, o Governo do Estado reavaliou as ações de combate às queimadas na região e iniciou, nesta segunda-feira (04), o remanejamento do grupamento e aeronaves que estão combatendo o fogo em quatro municípios.
A força-tarefa de combate aos incêndios conta hoje com 120 homens, sendo 70 do Prevfogo do Ibama e 50 bombeiros, além de três aviões Air Tractor (dois do ICMbio e um do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso) e três helicópteros da Polícia Militar de MS, Ibama e Polícia Rodoviária Federal. O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal reforça a operação com 35 homens, dos quais, oito já estão na área de combate, e os demais vão se integrar na próxima terça-feira.
Segundo dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos em Mato Grosso do Sul, atualmente, somam 2.228, dos quais 2.088 (92%) estão concentrados nos pantanais de Corumbá, Aquidauana, Miranda e Porto Murtinho.
Além dos focos no Pantanal, que avançam para a região do Forte Coimbra, entre Corumbá e Porto Murtinho, e para a borda do Parque Estadual do Rio Negro, no centro do bioma, o Corpo de Bombeiros e o Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) se mobilizam para uma ação preventiva no Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema, no extremo Sul, na bacia do Rio Paraná, onde ocorrem focos em área situada na divisa do Estado com o Paraná.
O secretário estadual Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), participou de uma reunião na Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), onde foi discutido um novo planejamento da Operação Pantanal 2, incluindo logística, comunicação e liberação de recursos.
“A situação é extremamente preocupante, novos focos surgiram de domingo para cá, e decidimos intensificar os combates por terra e ar, de forma coordenada, onde contamos com o apoio do Exército na parte logística”, informou o secretário. “Fizemos um planejamento para a semana com base nas previsões meteorológicas, sabendo que será uma semana crítica com o ponto de vista dos combates devido à ausência de chuvas e altas temperaturas”, disse.
Verruck observou que este período do ano sofre uma das maiores estiagens no Estado, exigindo uma atenção redobrada no monitoramento e combate dos focos de calor, para que não ocorra mais prejuízos da biodiversidade e na economia ou perda de vidas. Citou que o Rio Paraguai apresenta um dos menores níveis dos últimos 20 anos, registrando 1,20m nesta segunda-feira na régua de Ladário. Em 2018, no mesmo período, o rio apresentava 2,60m.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações da assessoria)