O Bolsa Família enfrenta o mais longo período de baixo índice de entrada de novos beneficiários da história do programa. Entre janeiro de 2018 e maio de 2019, no grupo de 200 cidades brasileiras com menor renda per capita, 26 famílias passaram a ser atendidas por mês. Recentemente, essa média passou para 5 famílias.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira (10), o levantamento considerou a lista de municípios mais pobres a partir dos dados de renda per capita de 2017. Todos os 200 tiveram recuo na cobertura e no ritmo de atendimento as novas famílias em relação aos períodos anteriores.
O orçamento do Bolsa Família passou de R$ 32,5 bilhões em 2019 para R$ 29,5 bilhões em 2020. Com aumento da fila e redução na entrada de novos beneficiários, o número de famílias atendidas recuou de 14,3 milhões para 13,1 milhões de maio a dezembro de 2019.
O Ministério da Cidadania diz que a redução é resultado do pente-fino no programa, que cancelou benefícios irregulares. De janeiro de 2017 a maio de 2019, cerca de 250 mil novos benéficos eram liberados por mês. Essa taxa passou para 5,4 mil de julho a outubro no ano passado.
(Texto: João Fernandes com Folha de S. Paulo e Poder 360)