Filho fala sobre medalha Legislativa Cadu Bortolot

“É com muito orgulho que vejo esta homenagem ao meu pai. Sempre admirei sua inteligência. Atento e bem informado, gostava de uma boa conversa, falava com todos e sabia de tudo um pouco. Eram muitas histórias que terminavam com a seguinte frase: Essa vai para o meu livro. Carlos Eduardo Rodrigues Bortolot ou simplesmente Cadu. E eu tive a honra de chamá-lo de pai. Um grande profissional que colocou toda a sua presença de espírito, lucidez, improvisação, sensibilidade, voz e escrita a disposição de todos que o acompanharam na sua carreira. Como jornalista deixou um grande legado de responsabilidade, seriedade e serenidade. Por isso, é com um enorme respeito e gratidão que vejo o trabalho de uma vida ser reconhecido e perpetuado”.

O depoimento é do filho do Cadu, Luciano Bortolot. Ele é advogado, tem 34 anos e se refere a Medalha Legislativa Cadu Bortolot, aprovada no dia (24) durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Campo Grande. O Projeto de Resolução 406/18 é do vereador Dr. Lívio que tem lembrança afetiva do comunicador. O reconhecimento será entregue aos comunicadores em sessão solene a ser realizada anualmente na semana do dia 09 (nove) de dezembro.

“Quando voltei para Campo Grande depois da minha especialização em oftalmologia, o Cadu era minha referência. Tinha uma rádio que eu escutava muito naquela ocasião e me impressionou a maneira consciente, a maneira como o Cadu desempenhou a função dele como jornalista, então eu o escutava praticamente todos os dias”, contou Lívio. A relação entre os dois se tornou mais próxima e a admiração aumentou.

“Depois de um tempo, eu passei a conviver com o Cadu, em função de uma situação familiar. Nós tínhamos uma pessoa em comum. Foi quando pude admirá-lo ainda mais como pessoa, como ser humano. Quando ele foi acometido pelo câncer, isso abalou bastante a gente. Uma pessoa cheia de vida, uma pessoa que desempenhava um papel sensacional de maneira muito contributiva para nossa sociedade”, revelou e explicou a criação da homenagem:

“Com o falecimento dele, a gente instituiu a Medalha Legislativa Cadu Bortolot que vai ser instituída aqui no município de Campo Grande que vai ser outorgada na Sessão Solene, realizada na semana do dia 9 de dezembro. É uma pequena homenagem para alguém que desempenhou muito bem a sua função, que era um ser humano maravilhoso e que todos sentem falta não só como profissional, mas como pessoa mesmo. Esta é a intenção desta homenagem singela que procuramos fazer”, finalizou.

Cadu

Cadu atuou por mais de 40 anos como jornalista e assessor de imprensa. Ele faleceu aos 60 anos, às 8h37, de uma sexta-feira, 26 de outubro de 2018, no Hospital da Cassems.

Carlos Eduardo Bortolot, nascido em Niterói, se formou em jornalismo na UFF (Universidade Federal Fluminense) e começou a carreira na década de 1970, em assessoria de comunicação. Trabalhou em diversos veículos de imprensa no Rio de Janeiro e veio para Mato Grosso do Sul na década de 1990. Passou por diversas redações, sendo mais conhecido pelos programas de rádio que apresentou e pela atuação com a assessoria de políticos no Estado.

Era concursado da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e diretor de jornalismo da Rádio Cidade (97,9 FM). Ademais, foi âncora por muitos anos do programa Noticidade, da rádio Cidade FM.

Anos a fio assessorou o ex-senador Delcídio do Amaral e Pedro Chaves. De Niterói, no Rio de Janeiro, ele veio para Campo Grande trabalhar na campanha do ex-governador Pedro Pedrossian e depois no governo do Estado.

Também teve passagem em diversos veículos locais, como a CBN, onde comandou por anos programas de entrevistas.

Além da consagração em assessorias, Cadu foi sui generis na performance de entrevistador e um verdadeiro ícone em sua esfera de atuação. (Rafael Belo)

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