Esposa e filhos de desembargador também estavam envolvidos em esquema de corrupção

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Foto: Marcos Maluf

A Receita Federal publicou um organograma que mostra que a esposa e três filhos do desembargador afastado Divoncir Maran também estavam envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro e corrupção. Além disso, um segundo desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) está sendo investigado por envolvimento.

Além do desembargador, a investigação tinha como alvo mais oito outras pessoas, e dentre elas, quatro são da família de Divoncir: a esposa e servidora do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Viviane Alves Gomes de Paula e os três filhos e advogados, Vânio Cezar Bonadiman Maran, Rafael Fernando Gehlen Maran e Divoncir Schreiner Maran Junior.

Com a ampliação das investigações, a receita indicou que os suspeitos participaram de tentativas de ocultar uma eventual confusão patrimonial. Conforme o portal JusBrasil, a confusão patrimonial ocorre quando os negócios de um sócio se confundem com os da pessoa jurídica. “Situações em que ocorre o abuso da personalidade jurídica, desvio de finalidade, ou seja, casos em que a pessoa jurídica serve de instrumento para acobertar atos ilícitos”.

 

A Polícia Federal cumpriu na manhã de ontem (8), mandados de busca e apreensão contra o desembargador Divoncir Maran, familiares e outros investigados, durante ação da Operação Tiradentes, que investiga crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O estopim para as investigações foi a soltura do narcotraficante Gerson Palermo, em abril de 2020, em liminar assinada por Divoncir. Palermo estava sentenciado a 125 anos de prisão e após sua soltura, quebrou a tornozeleira eletrônica e fugiu, apenas oito horas depois da concessão da liberdade domiciliar.

Ao que indica, Divoncir teria recebido valores para que o narcotraficante fosse solto. Para tentar esconder o dinheiro ilícito, foi realizada a confusão patrimonial, utilizando os filhos, a esposa, e outros suspeitos, além da atuação de um laranja.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por meio de sua assessoria de imprensa, optou por não comentar sobre o assunto.

Em resposta, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) afirmou em nota que “acompanha as diligências e que adotará as medidas legais de natureza disciplinar aplicáveis ao caso, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório”.

Leia a nota completa:

Na data de hoje (08), foi deflagrada operação da Polícia Federal que além de medidas que estão sendo cumpridas no TJMS resultou em cumprimento de ordens judiciais em escritórios de advogados inscritos na Seccional. Diante disso, a OAB/MS informa que, nos termos da Lei 8.906/1994, acompanha as diligências e que adotará as medidas legais de natureza disciplinar aplicáveis ao caso, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório.

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