No tumulto da política brasileira, a Deputada Federal Camila Jara trouxe à tona uma série de questões cruciais em uma recente entrevista para o podcast “Politizando“, do jornal O Estado de MS conduzido pelo jornalista Rafael Belo. Em uma conversa franca, a parlamentar abordou temas desde a transição para a economia de carbono zero até a preservação do Pantanal em Mato Grosso do Sul.
A deputada começou discutindo seu plano ambicioso para a transição da economia brasileira para o carbono zero. Destacou a importância do Brasil no cenário mundial das mudanças climáticas, propondo adaptações legislativas para garantir alternativas econômicas sustentáveis. Contudo, não deixou de ressaltar as contradições, especialmente em relação à sua presença nos Emirados Árabes.
Contradições e Desafios
Camila Jara apontou que, apesar da alta de liberdade propagada por Dubai, a realidade inclui uma correção social evidente quando se anda sozinho por lá. A parlamentar considera um balanço positivo para o Brasil o papel ativo na discussão climática global. No entanto, a polêmica em torno de sua estadia nos Emirados Árabes revela as contradições presentes em debates profundos e as tentativas do mercado de cooptar agendas.
‘A gente apresentou o nosso plano de transição da economia para o carbono zero é ótimo para o estado do Mato Grosso do Sul, porque faz com que a gente adapte várias legislações e ofereça para população alternativas econômicas de economia sustentável para o modelo que a gente conhece.’
Ela criticou a omissão de temas cruciais, como a questão do cerrado e a ausência de menção ao petróleo, em documentos relacionados à sua presença nos Emirados Árabes. O debate sobre a influência estrangeira e a exploração de terras em Mato Grosso do Sul ganhou destaque, indicando a complexidade das legislações estaduais diante de pressões externas.
“A polêmica sobre a contradição da ter sido nos Emirados Árabes começou muito antes. E a verdade é como todo espaço de debate, de mudanças sociais profundas, o mercado dá um jeito de cooptar. E óbvio que a pauta ambiental chamou atenção e mobiliza tantos governos no IESS ser o único setor onde eles não iam tentar influenciar. Então teve momentos de muita contradição, teve propaganda do agronegócio brasileiro que não está se preocupando atualmente com a questão do cerrado e que precisa se preocupar principalmente aqui no nosso Estado.”
A deputada ressaltou a necessidade de transcender as fronteiras nacionais ao abordar a proteção do Pantanal. Ela argumentou que o bioma, interligado entre o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bolívia e Paraguai, requer uma abordagem integrada para sua preservação. A importância da Rota, que historicamente conectava os polos originários antes da colonização portuguesa, foi destacada como uma oportunidade de fortalecer os laços com os países latino-americanos.
“sobre o Pantanal aqui em Mato Grosso do Sul é inviável falar sobre a proteção do bioma sem pensar como a gente vai englobar a Bolívia e o Paraguai.Porque é um bioma ele precisa ultrapassar as barreiras nacionais pra conseguir falar sobre preservação do bioma como um todo, porque o que faz no Mato Grosso impacta no Mato Grosso do Sul, assim como que acontece no Paraguai, impacta no Brasil, que acontece na Bolívia, também impacta no Brasil.”
A entrevista também abordou o cenário eleitoral de 2024, enfocando a necessidade de ousadia e a visão do presidente Lula em construir algo significativo no que ele chamou de “Lula três ponto zero”. Camila expressou seu compromisso em reestruturar Campo Grande, destacando a importância de aplicar os recursos federais no município para superar desafios históricos, como a presença de favelas.
“Correr atrás de também reestruturar Campo Grande é crucial. Isso ocorre porque não faz sentido termos diversos avanços, especialmente na área social, e recuperarmos a economia no governo federal se não aplicarmos esses benefícios em Campo Grande ou no estado do Mato Grosso do Sul, por exemplo. O governo federal, muitas vezes, transfere programas e recursos para que possamos executar ações no município. Não podemos perder a oportunidade que estamos vivenciando no governo federal e deixar de captar todos os recursos, infraestrutura e programas disponíveis. Portanto, o PT nunca governou Campo Grande, e talvez por essa razão, ainda enfrentamos antigos problemas que já nos são conhecidos.”
No tocante ao combate às fake news, a deputada admitiu a complexidade do problema e a necessidade de regulamentação global. Ela ressaltou os esforços individuais para combater a desinformação, mas alertou sobre a sobrevivência de certos setores políticos por meio da manipulação da informação.
A entrevista concluiu com a menção ao programa “Desenrola Brasil” do Governo Federal, uma iniciativa de renegociação de dívidas para oferecer novas oportunidades à população endividada. A ação no centro da cidade foi destacada como uma maneira de proporcionar às pessoas a chance de começar o ano de forma positiva e construir um novo futuro.
A entrevista revelou uma visão abrangente de Camila Jara sobre os desafios e compromissos do Brasil em 2024. Da transição para o carbono zero à integração regional e aos desafios eleitorais, a deputada delineou sua visão para um futuro mais sustentável e equitativo.
Confira a entrevista completa abaixo: