O presidente Jair Bolsonaro atuou nessa quarta-feira (16) pela queda do líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO). Ele pediu a parlamentares da sigla que assinassem a lista para destituir o deputado e apoiassem o nome do seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o posto. O pedido foi gravado por um deputado não identificado.
No áudio, Bolsonaro diz que já tem o apoio de 26 deputados e precisaria de apenas mais um para tirar Waldir do cargo. “Você sabe que o humor desse cara muda”, diz ele sobre Waldir. O número necessário de assinaturas foi atingido na noite da quarta-feira, e Eduardo afirmou que sua intenção é ficar no cargo de líder da bancada apenas até dezembro, quando haverá eleição interna no partido.
“É uma medida legal. Eu não sou a favor da lista não, quero deixar bem claro. Sou a favor da eleição direta, mas no momento a gente só tem a lista”, diz ainda Bolsonaro na gravação.
Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira, 17, Bolsonaro disse ter considerado uma “desonestidade” a divulgação da conversa e sugeriu ter sido “grampeado”. “Eu não trato publicamente deste assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade”, afirmou. “Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com os deputados.”
A troca do líder foi defendida por Bolsonaro após, um dia antes, Delegado Waldir orientar a bancada do PSL a votar contra uma Medida Provisória que tratava da reestruturação administrativa da Casa Civil e da Secretaria de Governo. A manobra segurou a votação por duas horas e, embora a MP tenha sido aprovada, o gesto representou uma vitória do grupo “bivarista”.
Em um contra-ataque à destituição de Delegado Waldir, o grupo de deputados do PSL ligado ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), protocolou uma segunda lista na Câmara, pedindo a manutenção do atual líder no cargo. (Portal Terra)