Em 2019, senadores gastaram mais de R$ 6,5 milhões apenas com passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais. O valor representa 30,6% de todo o montante da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) usado no Senado no ano, que foi de R$ 22,7 milhões.
Apesar de ser alto, o valor é bem inferior ao do primeiro ano da legislatura anterior. Em 2015, os senadores usaram quase 3 vezes mais dinheiro para viajar dentro do país: R$ 18,3 milhões. Naquele ano, o montante representou mais de 50% dos gastos da cota.
O partido que usou mais a cota, em média, foi o Republicanos, que tem apenas um representante na Casa Alta: o senador Mecias de Jesus (RR). Sozinho, ele gastou R$ 440.599,56. Já o partido mais econômico foi o PSB, com R$ 144.614,31 gastos.
O valor da cota parlamentar é diferente para cada unidade da Federação, porque leva em consideração o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do Estado pelo qual o senador foi eleito.
GASTOS POR CATEGORIA
A Ceap é uma cota destinada a custear as despesas de apoio ao trabalho legislativo, e seu valor varia de acordo com o Estado do congressista, com base na distância para Brasília. Ela é dividida em 7 cifras, que vão desde o aluguel de imóveis para escritório político a gastos com alimentação e combustível, passagens, hospedagem e divulgação da atividade parlamentar.
O segundo maior gasto dos senadores, depois das passagens, foi com a contratação de “serviços de apoio ao parlamentar”, que pode incluir pesquisas, consultorias e marketing político. Foram usados R$ 4.931.972,90 nessa categoria.
Em seguida, estão as despesas com locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis dos senadores durante as viagens: R$ 3.818.042,29. Esses valores são reembolsados pelos congressistas a partir da apresentação de nota fiscal –não é necessário justificá-los.
Fora da Ceap, há ainda outros valores disponíveis para o uso dos senadores. Chama a atenção o montante utilizado só para o envio de correspondências pelos Correios: R$ 1.658.534,11. O mais gastador dessa categoria foi Humberto Costa (PT-PE), que usou R$ 132.349,98.
(Texto: Izabela Cavalcanti com informações do Poder 360)