“Posso jogar na defesa, no meio de campo, ataque e posso inclusive estar na torcida”
O trabalho à frente da gestão da pandemia, popularidade alta e carisma são características que projetam o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, para as eleições em 2022. Nome de destaque dentro do PSDB, o médico disse ao jornal O Estado que está focado na gestão, mas deixa a pasta em março para iniciar projeto eleitoral com objetivo que pode ir desde a disputa para deputado federal até uma chapa majoritária.
“O meu projeto hoje é focado na gestão e a partir de março do ano que vem, quando a gente vai ter que se afastar para disputar um mandato, eu o farei. Estou aí para jogar na posição que o partido e o conjunto que vai trabalhar no projeto de sucessão do governador Reinaldo Azambuja indicar. Posso jogar na defesa, posso jogar no meio de campo, posso jogar no ataque e posso inclusive estar na torcida. O que eu não deixo de frisar é que vou participar do processo eleitoral. Posso tentar cargo a deputado federal e até mesmo uma disputa na majoritária. ”
O trabalho desenvolvido na saúde e no enfrentamento à pandemia é um ponto-chave perante o eleitor e uma futura campanha. Mato Grosso do Sul é o primeiro no ranking de vacinação contra a COVID-19 e o primeiro a atingir a imunidade coletiva. Geraldo acredita que o grande debate das eleições em 2022 no Estado e em nível nacional será em torno de dois temas: a retomada da economia e o enfrentamento do coronavírus. “Como em Mato Grosso do Sul nós focamos nos dois temas e o governo foi exitoso, a gente já tem uma vantagem muito grande com aqueles que vierem a construir projetos que coligam com o nosso. Nós temos, esses dois temas que vão estar muito presentes e nós do governo nos saímos muito bem.”
O secretário, que em 2018 foi eleito suplente a deputado federal e está licenciado do cargo, afirma que continua no ninho tucano, do qual foi um dos fundadores em Mato Grosso do Sul. Resende vem recebendo diversos convites de partidos por conta da projeção, mas agradece. Questionado sobre a questão do Código Eleitoral que deve ser aprovado um ano antes das eleições e sobre o que pensa a respeito da chamada“coligação partidária”, o secretário afirmou que é contra e que o Senado Federal agiu certo quando derrubou o tema.
“Pessoalmente, minha posição é igual à do Senado. Entendo que a gente precisa de mais um tempo para se adaptar às modificações que fizemos lá atrás. Precismos diminuir a parafernália de partidos políticos. Muitos sem qualquer tintura ideológica e mais porque virou uma espécie de negócio a construção de partidos. Precisamos enxugar a quantidade enorme de partidos. Precisamos aprimorar esse modelo que só foi testado nas eleições municipais ano passado.”
Geraldo Resende defende que o político deve ter de seguir a ideologia do partido ao qual se filiou. Para ele, é fundamental o respeito ao partido e o seguimento das orientações. “Aqueles que por alguma razão queiram a mudança partidária que, pelo menos, respeitem o que a legislação tem como prerrogativa. Hoje convivemos com muitas pessoas e muitos partidos que são meros ‘remendos’ e [pessoas] que usam os partidos como meros cartórios em processo eleitoral que temos periodicamente.”
(texto: Andrea Cruz)