“É hora de encerrar a mais longa guerra americana”, diz Biden

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Reprodução/DefesaNet

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou na última semana que o país dará início à retirada de todas as suas tropas do Afeganistão em 1º de maio, após duas décadas de uma batalha sangrenta e infrutífera contra o Talibã.

“Está na hora de encerrar a mais longa guerra americana. É hora de os soldados americanos voltarem para casa”, disse o chefe de Estado em pronunciamento na Casa Branca.

O anúncio de Biden não foi recebido com surpresa. A guerra no Afeganistão é extremamente impopular entre os eleitores americanos, e o antecessor do democrata, o ex-presidente Donald Trump, já havia se comprometido a retirar as tropas no início de maio.

Em discurso transmitido em rede nacional, o presidente afirmou que os Estados Unidos haviam “cumprido” sua limitada missão de derrotar os grupos jihadistas internacionais por trás dos ataques de 11 de setembro. Segundo ele, a cada ano que passava a justificativa para manter os soldados no Afeganistão ficava “mais obscura”.

“Um ataque terrível há 20 anos […] não pode explicar por que deveríamos permanecer ali em 2021”, disse Biden. “Não podemos continuar o ciclo de estender ou expandir nossa presença militar no Afeganistão na esperança de criar as condições ideais para nossa retirada, esperando um resultado diferente.”

“Agora sou o quarto presidente americano a presidir em meio à presença de tropas americanas no Afeganistão. Dois republicanos. Dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto”, concluiu o mandatário.

Impasse no Afeganistão

A situação do conflito no Afeganistão está, na melhor das hipóteses, num impasse. O governo em Cabul, apoiado internacionalmente, tem apenas um controle tênue em partes do país, enquanto o Talibã cresce em força, com muitos prevendo que a insurgência tentará recuperar o poder total assim que a proteção militar do governo americano for removida.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, por sua vez após um telefonema com Biden, que suas forças são “totalmente capazes” de controlar o país. O presidente americano disse ainda que Washington continuará a apoiar o governo afegão, mas não “militarmente”.

(Com informações DW com Reuters)

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