Nesta segunda-feira (1º), o governador de São Paulo, João Doria, disse que a Polícia Militar do estado vai impedir que duas manifestações opostas, ao governo federal, ocorram no mesmo dia, local e horário. Segundo ele, a medida é para evitar a possibilidade de confrontos.
“O governo de São Paulo volta a repetir que não cerceará nenhum direito à manifestação, seja de quem for, seja de que lado estiver fazendo seu protesto. O governo do estado de São Paulo garantiu e garantirá o direito de manifestação a quem quer que seja. Todos têm direito a se manifestar, mas ninguém terá direito a agredir”, disse Doria. “Estamos de acordo para que, a partir de agora, não tenhamos duas manifestações no mesmo local, no mesmo horário ou no mesmo dia”, acrescentou.
No domingo (31), dois atos foram marcados na Avenida Paulista. Um deles, a favor do governo, foi realizado em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O outro, contrário ao governo e liderado por torcidas de futebol paulistas, ocorreu na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em determinado momento do ato, houve um princípio de tumulto entre as duas manifestações. De acordo com a PM, para impedir o tumulto, a polícia precisou agir, usando gás lacrimogêneo. “Graças à intervenção da Polícia Militar ontem, na Avenida Paulista, evitamos uma situação de confronto que poderia trazer resultados gravíssimos, de pessoas feridas, de parte a parte”, destacou Doria.
Segundo o secretário de Segurança Pública, João Camilo Pires de Campos, a polícia de São Paulo “não tem lado”. “O lado do sistema de segurança pública é o da ordem, da lei. Ontem a PM atuou para que dois grupos antagônicos pudessem se manifestar e estivessem preservados. A PM evitou ontem um conflito que poderia ter consequências indesejáveis”, disse. Segundo Campos, duas pessoas ficaram levemente feridas no ato de ontem.
Doria alertou que manifestações de princípios antidemocráticos, atreladas ao nazismo e ao fascismo por exemplo, não serão toleradas no estado, já que são proibidas pela Constituição. “Manifestações que estabeleçam discriminação racial são proibidas pela Constituição brasileira. Se houver qualquer manifestação explícita, com sinais que indiquem discriminação à comunidade judaica, por exemplo, a ação da Polícia Militar será feita porque ela [esse tipo de manifestação] é proibida pela Constituição”, acrescentou o governador.
(Texto: Inez Nazira com informações da Agência Brasil)