Os próximos dias dos parlamentares deveriam ser dedicados ao encaminhamento de três pautas de suma importância e de lenta tramitação: a reforma da Previdência, a reforma dos militares, e o megaleilão de petróleo da cessão onerosa. Mas, mais uma vez, a semana começa com o governo sob ataque — mais uma vez, por culpa do próprio governo.
Polícia Federal sugeriu a abertura de uma segunda investigação sobre o caso de candidatas laranjas supostamente utilizadas pelo partido de Jair Bolsonaro, o PSL, em Minas Gerais. No domingo (6), reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrou que um depoimento ligou o dinheiro do esquema à campanha presidencial de 2018.
O principal alvo é o ministro do Turismo e colega de partido do presidente, Marcelo Álvaro Antônio, apesar de não ser um nome de peso, tampouco ter atuação de destaque, o ministro segue prestigiado pelo governo.
Publicou nas redes sociais uma defesa do presidente, reforçando que Bolsonaro fez “a campanha presidencial mais barata da história”, e que “nem o delegado, nem o Ministério Público” viram algo contra o presidente.
A declaração de Moro tem potencial de aumentar os atritos do governo com o Congresso em momento decisivo. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) fez críticas ao ex-juiz.
A Câmara é decisiva nas discussões finais de divisão dos recursos do megaleilão do pré-sal. Maia também é decisivo numa nova frente, a da reforma administrativa, que prevê o fim da estabilidade para servidores públicos.
Segundo analistas políticos, a articulação truncada fez o governo deixar a reforma tributária para 2020. Enquanto isso, a reforma da Previdência, prevista inicialmente para ser aprovada pelo Senado esta semana, ficou para o fim do mês. (Exame)