O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) Omar Aziz (PSD-AM) disse nesta quinta-feira (17) que vai pedir para Justiça a condução coercitiva e retenção do passaporte do empresário Carlos Wizard. Isso porque ele foi convocado para depor na comissão e não compareceu.
Wizard chegou a ser convidado por Eduardo Pazuello para contribuir com o Ministério da Saúde no ano passado, mas recusou o convite. Ele também é apontado como integrante de um gabinete paralelo que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro nas medidas adotadas contra a Covid-19.
“Oficiaremos a um juiz criminal para que requisite autoridade policial apresentação da testemunha faltosa ou determinar que seja conduzido por oficial de Justiça, o qual poderá solicitar o auxílio da força pública”, disse Aziz. “Para além dessas medidas, diante da ausência do depoente, determino que seja oficiada à Justiça Federal para que o passaporte do seu Carlos Wizard seja imediatamente retido pela Polícia Federal tão logo ele ingresse em território nacional e somente seja devolvido após prestação de depoimento perante essa comissão de inquérito”, concluiu.
Segundo a assessoria do empresário, ele está nos Estados do Unidos e, por isso, não compareceu nesta quinta. Wizard tinha em seu favor uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso para que ficasse em silêncio na comissão.
Na última quarta-feira (16), a CPI chegou a aprovar a quebra de sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário do empresário. O senado também busca apurar se Wizard ajudou a espalhar fake news na pandemia.
Auditor do TCU
Além de Wizard, a comissão esperava ouvir o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) que é apontado como responsável por produzir um relatório falso que indicaria que o número de mortes por Covid-19 foi inflado. O documento chegou a ser citado pelo presidente Bolsonaro.
Ele também tinha uma decisão que permitia que ele ficasse em silêncio.
Suspensão
Além da ausência de Carlos Wizard, a sessão foi suspensa por causa da votação da MP (Medida Provisória) que permite o governo federal privatizar a Eletrobras.