A garantia de verbas públicas para financiamento de campanha e tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão a candidaturas negras, determinada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vai mudar o cenário político de Mato Grosso do Sul. Apenas 6% dos que concorreram ao cargo de deputados estaduais eram de cor negra, e hoje não há nenhum parlamentar negro com cadeira na Assembleia Legislativa, nem na Câmara Federal e no Senado.
No âmbito municipal, o único vereador declarado negro é Chiquinho Telles, líder do prefeito. O sociólogo Paulo Cabral acredita que é um elemento que pode contribuir para a redução das desigualdades e consequentemente melhorar a representatividade dos parlamentos.
“Neste sentido é uma medida muito positiva. Agora, a gente não pode e não deve ter a ilusão que esta simples medida vai reverter a situação. Exemplo é a cota e o financiamento para mulheres com os escândalos das candidaturas laranjas nas últimas eleições. Então, essas medidas por si só não são suficiente para reverter o quadro de desigualdade das minorias. Essas minorias foram constituídas historicamente. Foram quase quatro séculos de escravidão”, lembrou.
Cabral faz comparações com a situação da mulher, que vive em uma sociedade patriarcal onde até cerca de 60 anos atrás, quando casada, era considerada relativamente incapaz. “O Código Civil retirava direitos da mulher que fosse casada. Para ela poder abrir um negócio e praticar determinados atos precisava da autorização do marido. Isso até 1962.
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(Texto: Rafael Belo)