Vereador quer unir os Legislativos do Estado e oxigenar a entidade; atual presidente está há quatro mandatos
O vereador de Campo Grande Júnior Coringa (PSD) quer oxigenar o comando da União das Câmaras de Mato Grosso do Sul. Ele encabeça chapa que vai disputar eleição ao fim do mês de março e quer unir parlamentares de todas as regiões do Estado. Com a marca da renovação e integração entre parlamentares da Capital e interior, o parlamentar está confiante.
O atual presidente é o vereador de Jateí Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), que está há quatro mandatos à frente da entidade e deve tentar novo comando. Quando o vereador Coringa foi eleito em 2020, ele visitou a União das Câmaras e afirma que ficou preocupado, entre outras coisas, com o distanciamento da entidade, que deveria auxiliar o vereador.
Para Coringa, ter uma entidade que realmente atenda as necessidades do vereador de todo o Estado é fundamental. “A União das Câmaras representa todos os vereadores de Mato Grosso do Sul. Hoje, a gente percebe que a entidade está afastada e distante dos vereadores, não só do interior, e vivendo muitas vezes só de palestras e conferências. Eu acho que o papel da União é muito além disso. Por isso vamos montar uma chapa forte com a participação dos vereadores de todas as regiões do Mato Grosso do Sul e também da Capital e de vários partidos para chegarmos bem na disputa e ganharmos a eleição. Para posteriormente colocar as propostas em ação.”
Propostas
Entre as propostas, Júnior Coringa quer terminar obras do hotel de trânsito e auditório na sede da União, localizada na Avenida Hiroshima, no Carandá Bosque, em Campo Grande, e possui planos para auxiliar parlamentares em produção de documentos, projetos e até escritório de apoio em Brasília, a exemplo da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul).
“Vamos ajudar esse vereador a montar projetos para que ele possa ir ou no deputado estadual, ou no deputado federal, ministros para pleitear seus recursos. Mas, para isso, ele deve estar municiado por um bom projeto. E a União pode dar esse respaldo. Outra proposta é montar um escritório em Brasília para quando o vereador for buscar recursos para o seu município, ele tenha respaldo com sala, computador e um carro à disposição. Porque não é todo dia que um vereador vai a Brasília, temos em média entre 10 e 15 parlamentares que vão até a Capital Federal. Então, temos essa ideia de estarà disposição para montar um bom ofício, fazer um encaminhamento, montar uma boa agenda, o que é muito importante para que o vereador possa aproveitar bem a ida em Brasília. Tenho certeza de que, fazendo isso, a União das Câmaras não só vai dar um respaldo aos vereadores, não só da Capital, mas também do interior e vai empoderar esse vereador”, disse o parlamentar, que reforçou a ideia de que o parlamentar deve estar munido de documentos fortes, projetos que realmente possam colaborar com a busca de recursos.
Estruturação de projetos
Ele acha que a União deve ouvir mais os vereadores e ajudar até com a estruturação de projetos únicos e que serviriam para ser apresentados em diversos municípios. “Por exemplo, se a bancada evangélica monta um projeto em Campo Grande, isso não impede que esse mesmo projeto seja apresentado em outras cidades do Mato Grosso do Sul. Penso que a União pode fazer mais e com essa nova proposta que estamos apresentando, a gente vai conseguir alcançar a todos os vereadores integrando o interior e a capital.”
O parlamentar afirma que seu projeto é ouvir todos os vereadores e visitar as 79 Câmaras do Estado. Ele já iniciou a caminhada e pretende finalizar as visitas na primeira semana de março, para definir a composição da chapa e da diretoria-executiva. A chapa pode ter até 30 vereadores nas mais diversas funções. Coringa será o presidente e diz que mantém conversas com um parlamentar do MDB para ocupar o cargo de vice-presidente. Ele cita que, nos próximos dias, o vice estará definido assim como os demais parlamentares que farão parte da equipe.
“Vamos fazer a chapa de maneira que sempre prevaleçam as regiões e todo o interior. Com a diretoria-executiva montada nós vamos montar um plano de trabalho por região para contemplar a todas e, a partir daí, vamos iniciar nossa campanha livre com cerca de duas semanas de duração”, disse Coringa, que explicou também que somente as Câmaras filiadas têm direito a voto, ou seja, somente os vereadores de Casas de Leis que estejam cadastradas na União das Câmaras podem votar.
Para o parlamentar é fundamental que a entidade volte a ter proximidade com os vereadores dos 79 municípios, para que haja uma melhor representatividade. “Esse distanciamento e falta de transparência [da gestão] faz com que os nossos vereadores não tenham vontade de se filiar e é isso que nós queremos mudar. A gente quer cada vez mais aumentar o número de Câmaras filiadas para ajudar ao vereador.”
Nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro haverá convenção com as 40 Câmaras filiadas para definir a data em que ocorre a assembleia geral, que escolherá entre as chapas concorrentes. Provavelmente a assembleia será no fim de março.
“O nosso objetivo é ganhar as eleições, hoje a gente tem em torno de 225 vereadores firmados conosco. Até porque percebemos que houve uma renovação muito grande nas Câmaras. E esses que já fecharam com a gente têm consciência de que existe a necessidade de uma chapa de oposição para levar novas ideias e novos projetos a entidade que ficou parada no tempo. Tenho certeza que a União pode contribuir muito com vereadores de Mato Grosso do Sul.”
Texto: Andrea Cruz