Criada em resposta à série de incêndios que devastaram milhões de hectares no Pantanal, a Comissão Externa do Pantanal recomendou ao governo federal a criação de brigadas de incêndio permanentes e de reservatórios de água na região, em seu relatório final. A comissão foi composta pelos senadores: Wellington Fagundes (PL-MT), Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL). Eles trabalharam por 90 dias e acompanharam ações de enfrentamento às queimadas na região encerrando suas atividades em 10 de dezembro.
A comissão também sugeriu a criação do Conselho do Pantanal, a exemplo do que ocorre na Amazônia, e que se estabeleçam Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama nesse bioma.
Presidido pelo senador Wellington Fagundes, que sugeriu sua criação, o colegiado apresentou um panorama geral sobre a situação do Pantanal. O relatório final indica medidas para a sua recuperação ambiental e econômica. O texto sugere a adoção de uma política pública permanente de prevenção e controle do desmatamento e dos incêndios florestais.
Membro titular da comissão, a senadora Simone Tebet esteve em reunião com o ministro da Justiça, André Mendonça, na quinta-feira (17). Ela levou o pedido do Corpo de Bombeiros do Estado, que solicita a destinação de recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) para a aquisição de um caminhão- -tanque, de aeronaves de combate a incêndios florestais e de um helicóptero, e solicitou apoio para a implantação da Brigada Permanente de Prevenção e Combate a Incêndios em Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
O ministro respondeu positivamente, reforçando, assim, o compromisso do governo federal. No fim de setembro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já havia manifestado apoio a esta demanda. Foram realizadas 12 reuniões e, segundo o senador Nelsinho Trad, relator da comissão, “participaram senadores e senadoras, autoridades, academia, organizações não governamentais e populações que habitam o Pantanal, com a presença de 51 convidados”.
O relatório final foi entregue em 15 de dezembro ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O relatório de Trad atribui a fatores ambientais, como as questões climatológicas, o aumento dos incêndios em 2020, mas ressalva que a ação humana contribuiu para a queima da cobertura vegetal, especialmente no caso da expansão da pecuária extensiva, com “tecnologias incompatíveis com o bioma”.
“Houve o agravamento da situação com o aumento da temperatura média, de 1 a 1,5 grau acima da média observada e, no mês de setembro de 2020, com temperatura média superior a 2,5 graus acima da média. Observou-se que no ano de 2019, um período de águas com precipitação muito inferior à média que ocasionou a entrada no período de seca, com volume hídrico muito abaixo que o normal”, disse o relator.
(Texto: Andrea Cruz)
Veja também: TSE vai analisar processos eleitorais de MS só em 2021