Com federação nada muda sobre disputa, diz André

Crédito: Alan Marques/Folhapress
Crédito: Alan Marques/Folhapress

O ex-governador e pré-candidato a governo do Estado André Puccinelli (MDB) afirmou ao jornal O Estado que não está preocupado com diálogos das diretorias nacionais e a possibilidade de federação entre MDB, PSDB e União Brasil. Ele não acredita muito que haja de fato a federação, por haver muitas situações divergentes entre os estados, e afirma que praticamente nada muda sobre sua pré-candidatura em eventual federação do MDB.

Confiante, Puccinelli diz que, se até 31 de maio o partido federar com o União Brasil, onde a conversa está mais avançada, a executiva terá de impor critérios para escolher o candidato a governador, e em sua visão essa avaliação deve ser em favor do candidato com mais chance de vencer e com mais intenções de voto.

“Se federalizarem, quais seriam os critérios? Vai ter que por as avaliações de quem tem mais chances, e como é que vão preterir o outro candidato(a)? Então, é uma situação em que os estados vão ter certas dificuldades, porque já estão com seus pré-candidatos lançados. Não estou preocupado. Mas nessa hipótese, que para mim é bem difícil de ocorrer, acho que o critério mais plausível seria [eu] o que tem mais chances de ganhar a eleição.”

Puccinelli afirmou que o ex-ministro Carlos Marun, que também é membro da executiva nacional, está em São Paulo acompanhando as tratativas. Ele soube que não há avanços em diálogos com o PSDB na questão da federação, mas há aberturas para coligações.

“Falei com o Marun, que está direto em conversação com o ex-presidente Michel Temer, e com o presidente nacional, o deputado Baleia Rossi. E ele disse que federação com o PSDB já está praticamente descartada. Federação com União Brasil, ainda está sendo tentada. Acredito que a possibilidade é de 30% para ocorrer a federação com o União e 80% a possibilidade de coligação com o União.”

Puccinelli cita ainda que Marun é um interlocutor do Estado. Ele acha muito mais viável uma coligação entre os partidos em nível nacional, e a liberdade de os estados escolherem suas alianças, do que a federação, em que os partidos devem se unir em torno de um único candidato de forma verticalizada na esfera federal, estadual e municipal.

Sobre o assunto, Carlos Marun afirmou ao jornal O Estado que a federação é um processo complicado porque “se trata de um casamento indissolúvel pelo prazo de quatro anos. Coisa que nem os casamentos no cartório e na igreja são”. É claro que muitas dificuldades têm de ser ultrapassadas para que uma federação entre dois partidos se consolide. Até porque os partidos têm diferenças, têm candidaturas regionais diversas e até por isso que as federações ainda não foram consolidadas.”

Marun afirmou também que não está participando das negociações diretamente, e que acompanha a questão. Ele enxerga que tem dificuldade ampla no processo e acredita que se vier a acontecer será entre União Brasil e o MDB. “Onde as divergências regionais não são tão amplas. O avanço desse processo mais possível é entre o MDB e o União”, disse Marun.

O presidente estadual do MDB, Junior Mochi, entende que a modalidade de federação, criada na reforma política do ano passado, está sendo construída com um único objetivo: de ter terceira via para presidente. Porém existe a dificuldade dos estados que já estão com suas construções para o pleito desde o ano passado. Ele acredita que a federação é uma maneira positiva para redução de partidos, mas que, neste momento, praticamente às vésperas das eleições não seria benéfico aos pré-candidatos já postos a concorrer ao governo.

O que diz o União

O União Brasil, coordenado pela senadora Soraya Tronicke em Mato Grosso do Sul, já anunciou que a pré-candidata pelo partido é a deputada Rose Modesto (PSDB), que entra no partido quando abrir janela partidária em 3 de março.

Sobre a possibilidade de federação, e questão eleitoral na chapa de governo, Soraya disse que o momento ainda é precoce, mas que o partido já escolheu Rose para concorrer. “Todas essas questões partidárias ainda estão sendo tratadas. Por enquanto, permanecemos com nosso projeto original. Em ano eleitoral e com a criação de um novo partido tão grande, como é o caso do União Brasil, é normal que estejam ocorrendo conversas em todos os sentidos, tanto a nível estadual como nacional. Portanto, neste momento o que podemos afirmar é que temos muitas coisas a definir até abril, mas manteremos o projeto com a deputada Rose Modesto ao governo de Mato Grosso do Sul independente de qualquer conjuntura, pois é um anseio da população sul-mato-grossense.” (Texto: Rayani Santa Cruz)

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