Por Rafaela Alves [Jornal O Estado]
A chapa majoritária da deputada federal e pré-candidata ao governo do Estado Rose Modesto (União Brasil) ainda é uma incógnita. As vagas de candidato a vice-governador e ao Senado estão sem nomes definidos. Para o Senado, existem muitas possibilidades e especulações. Entres eles estão: Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) e Sérgio Harfouche (Avante).
A presidente estadual do partido em Mato Grosso do Sul, senadora Soraya Thronicke (União Brasil), disse em entrevista que o ex-ministro da Saúde Mandetta deve concorrer a uma das oito cadeiras à Câmara dos Deputados. “O Mandetta disse que seria um soldado. Nas pesquisas internas que temos feito, ele está muito bem para deputado federal e a minha vontade é que ele venha mesmo para deputado federal”, afirmou.
A equipe de O Estado tentou contato com o ex-ministro Mandetta, mas não obteve sucesso. Em recente entrevista à “Folha de S.Paulo”, sobre as negociações para uma candidatura única da terceira via, ele falou que viraram um “teatro” e, em razão disso, decidiu se voltar para o seu Estado, Mato Grosso do Sul, onde declarou que pretende disputar vaga ao Senado. “Trabalhei muito por essa união. Instalei uma mesa democrática, divulgamos um manifesto. Mas depois o [João] Doria se lançou, o [Sergio] Moro, agora o [Luciano] Bivar. Todas candidaturas ditas irreversíveis. Prefiro não participar”, afirmou.
O presidente nacional da sigla, Luciano Bivar (União Brasil), em uma entrevista bate-bola para “Veja”, fez um anúncio premeditado de que Mandetta era um dos nomes cotados para disputar a vaga ao Senado nas eleições deste ano. Inclusive, Bivar revelou ainda que foi uma preferência do ex- -ministro concorrer ao cargo de senador por Mato Grosso do Sul.
Mandetta foi deputado federal pelo Estado de 2011 a 2019. No começo de 2010, Mandetta saiu do então PMDB, atual MDB, para concorrer ao cargo de deputado federal. Foi eleito pelo DEM, hoje, com a fusão com o PSL, União Brasil, nas eleições de 2010, recebendo 78,7 mil votos, sendo posteriormente reeleito com 57,3 mil votos nas eleições de 2014.
O outro nome para compor a chapa como candidato ao Senado é Sérgio Harfouche (Avante), sigla parceira do União Brasil. Harfouche se desincompatibilizou do Ministério Público Estadual para ser candidato. Ele concorreu ao Senado em 2018, na ocasião ficou no quadro geral no Estado em sexto lugar, e em primeiro lugar dentro de Campo Grande, com 163.314 mil votos.
Na época Harfouche recebeu o primeiro pedido de impugnação, mas a Justiça Eleitoral não indeferiu o registro e entendeu que era permitida a disputa com a desincompatibilização. Inclusive a presidente estadual do União Brasil afirmou que ele terá de resolver sua situação eleitoral caso queira se candidatar novamente ao Senado Federal.
“Estamos conversando com ele, vai depender da situação dele, porque o Harfouche, de uma forma precária, não vai poder participar da campanha, porque não podemos perder os votos como aconteceu em 2018. É condição sine qua non [indispensável] ele pedir a aposentadoria [do MP]. Mas o Harfouche é uma pessoa que nos agrada para o Senado”, explicou.
Harfouche, no entanto, disse em entrevista a O Estado que tem um documento do TRE autorizando-o a ser candidato ao Senado. “E quanto a isso a própria lei me autoriza também. Eu me afastei seis meses antes, porque não, onde que está isso, a lei diz para promotores como é o meu caso. Bom, mas há um convite e um encaminhamento neste sentido”, frisou.
Sobre o Mandetta também concorrer à única vaga ao Senado, Harfouche declarou que não tem nada a dizer e que ainda é cedo para antecipar algo. “Sobre isso, o partido terá de decidir. Ouvi já sobre essa pretensão do ex-ministro. Então, entendo que ainda está cedo para se antecipar qualquer coisa. Mas ele é do União Brasil e lá ele deve ter seus planos também.”
Podemos
Mas ainda pensando em compor a chapa de Rose Modesto tem o partido Podemos. Nesta segunda-feira (25) a presidente nacional da sigla e deputada federal por São Paulo Renata Abreu estará em Campo Grande, justamente para essas definições. A informação foi repassada ao jornal O Estado pelo presidente regional do Podemos em Mato Grosso do Sul, Sérgio Murilo.
“Estamos perseguindo a indicação do vice-governador ou senador. E com a vinda da presidente nacional, ela vai provocar a militância para que tenhamos esse direito, porque somos protagonistas”, afirmou.