Deputado garante que por enquanto, pretende continuar filiado ao PL, deixando definições para 2026
O deputado estadual João Henrique Catan (PL) fez elogios ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), a quem reconhece como uma liderança política com trajetória sólida e enraizada na direita. Para Catan, Azambuja carrega um histórico de enfrentamentos importantes contra o PT e de decisões ousadas, que contrariaram o sistema político tradicional. “Ele é alguém que surpreende. Tem capacidade de tomar decisões inesperadas e já enfrentou o sistema em momentos decisivos”, afirmou o deputado.
Apesar de reconhecer que o ex-governador hoje vive outro momento político, Catan avalia que ele ainda tem uma chance real de se reconectar com o campo conservador. “Ele pode não entender completamente como pensa a nova direita do Estado, mas inegavelmente suas raízes estão ali. Ele tem histórico de enfrentamento, é do agro, tem trajetória”, acrescentou.
Por outro lado, Catan fez um alerta. Segundo ele, o PL vive um momento delicado e corre o risco de se afastar dos valores que o tornaram relevante. O deputado foi direto ao afirmar que, caso a legenda abandone seus princípios e deixe de valorizar sua base, começará a repensar sua permanência. “Se o partido perder a identidade que me trouxe até aqui, eu teria que refletir sobre minha permanência”, disse.
Embora descarte, por ora, a ideia de sair do partido, Catan reforçou que a política está em constante transformação, e que partidos que não acompanham a vontade de sua base estão fadados à perda de relevância. “Eu não vou sair do partido só porque alguém disse que não posso fazer isso ou aquilo. A política muda, e temos que estar preparados para essa mudança”, declarou.
A insatisfação de Catan está nas articulações para as eleições de 2026. Ele defende com veemência uma candidatura própria do PL ao governo de Mato Grosso do Sul e criticou o que chama de “decisões de cima para baixo”, que, segundo ele, desconsideram a base do partido no Estado. O deputado relembrou ainda que o PL já sofreu as consequências de decisões impostas, como ocorreu na eleição municipal de Campo Grande, quando a sigla abriu mão de uma candidatura própria.
Para ele, a falta de uma candidatura do PL à prefeitura de Campo Grande na última eleição resultou em frustração entre os eleitores. Ele lembra que, apesar do apoio nacional a Beto Pereira, a candidatura foi imposta, o que gerou uma reação contrária nas urnas.
“Os eleitores do PL mostraram sua força ao votar contra quem tentou sufocar nossa candidatura”, completou Catan, fazendo uma análise da eleição de 2024. Ele enfatizou que a base da direita no Estado deseja ver suas lideranças disputando cargos importantes e que a imposição de candidaturas externas compromete esse desejo.
Brunna Paula
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