Deputada condenada a 10 anos pelo STF deixou o Brasil antes de ter recurso negado; suplente Coronel Tadeu assume o mandato
A Câmara dos Deputados autorizou o pedido de licença sem remuneração apresentado em 29 de maio pela deputada Carla Zambelli (PL‑SP). A decisão, assinada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos‑PB), foi publicada no Diário Oficial da Câmara na quinta‑feira (5) e cobre 127 dias a partir da data do requerimento: sete dias para tratamento de saúde, não detalhado, e 120 dias para “assuntos de interesse particular”.
A licença foi aprovada seis dias antes de Zambelli tornar público que havia deixado o Brasil. Condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 8 meses de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e divulgar documentos falsos, a deputada teve também decretada a perda do mandato — medida que aguarda ato declaratório da Mesa Diretora da Câmara.
O suplente Coronel Tadeu (PL‑SP) já tomou posse. Ele exerceu mandato de 2019 a 2023 e recebeu, em 2019, advertência verbal do Conselho de Ética após quebrar uma placa sobre o assassinato de pessoas negras em exposição na Câmara.
Nesta sexta‑feira (6), a Primeira Turma do STF rejeitou, por unanimidade, o recurso apresentado pela defesa de Zambelli. Com a decisão, a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes após a parlamentar sair do país deve ser convertida em prisão para cumprimento de pena.
Na quarta-feira (4), um dia após Zambelli confirmar estar fora do Brasil, Moraes ordenou sua captura, bloqueou salários e verbas de gabinete e solicitou a inclusão do nome da deputada na “difusão vermelha” da Interpol. O alerta internacional foi emitido na quinta-feira, pouco depois de ela ingressar na Itália — país onde possui cidadania e que, segundo declarou, pretende usar como base para “denunciar a ditadura que o Brasil enfrenta hoje”.
Zambelli viajou primeiro aos Estados Unidos e, de lá, manifestou a intenção de estabelecer residência em outro país europeu. Enquanto isso, a Câmara aguarda as comunicações formais do STF para formalizar a cassação definitiva de seu mandato.
*Com informações de Agência Brasil
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