Ex-governador Puccinelli, Junior Mochi e Marun confiam em senadora comandando Congresso
O ex-governador André Puccinelli (MDB) acredita que a política nacional não influencia muito em Mato Grosso do Sul, principalmente quando se trata de eleições municipais. No Congresso seu partido tem nomes fortes para assumirem as presidências do Senado e na Câmara Federal. Com os deputados, o nome é Baleia Rossi (MDB), que, apesar das dificuldades de acordo com ele, é o favorito. Já no Senado, Simone Tebet (MDB) é a aposta do partido, mesmo que, por enquanto, o favorito por lá seja Rodrigo Pacheco (DEM), escolha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do atual presidente da Casa, o também democrata Davi Alcolumbre.
“Brasília nunca teve uma influência determinante, a política nacional nunca teve um fator determinante em Mato Grosso do Sul. Quando o Delcídio era senador, Zeca governador e Lula presidente, eles fizeram um outdoor: presidente Lula, Delcídio e Zeca apoiando candidato deles do PT no Estado. Não teve influência. Então, Mato Grosso do Sul é um Estado que não tem muita influência da política nacional sobre as definições estaduais. Onde teve mais influência foi na proporcional, no período Bolsonaro que elegeu os deputados federais Trutis e Ovando e a senadora Soraya. Mas, na majoritária, por algum motivo, tem de estudar o porquê, a política nacional não teve efeito determinante, tem influência sim, mas não determinante como em alguns estados”, analisou.
A oficialização do nome de Simone Tebet (MDB) não foi surpresa para Puccinelli. O que contava para a definição do partido eram os votos de fora. A divisão atual era entre o líder da legenda, Eduardo Braga, e Simone, mas Braga reconheceu que a representante de Mato Grosso do Sul soma mais com os demais senadores.
O ex-governador disse que conversou com Simone e o número de apoiadores dela é de 38 e há possibilidade de chegar a 43. Seu falecido pai, Ramez Tebet, se elegeu presidente do Senado com 41 votos, número mínimo para garantir a vitória.
De MS para o Brasil
O presidente regional do MDB, Junior Mochi, disse que Simone tem grandes chances de ser presidente, pois o MDB possui a maior bancada e tradicionalmente se usa o critério da proporcionalidade no Legislativo. “Que aliás, sempre foi adotado. Na última eleição, por conta de algumas divergências e a insistência do senador Renan [Calheiros] em disputar é que o MDB acabou perdendo.”
Para Mochi, se eleita para a presidência, a senadora destacará ainda mais a sigla e isso terá aspectos positivos para a política em Mato Grosso do Sul. Ele também reforça que a sigla é protagonista e, se Baleia Rossi se eleger para a Câmara, o MDB entra em 2021 ainda mais forte. “Agora, o MDB com a decisão em torno do nome dela, acredito que nós vamos conseguir todos os votos necessários e suficientes para elegê-la a presidente do Senado. Isso será extremamente importante para o Brasil e para Mato Grosso só Sul. Além dela ser uma pessoa preparada com extremo conhecimento. Ela é uma agente do serviço público, já foi deputada estadual, prefeita, vice-governadora, presidente da CCJ e acredito que a Simone esteja madura o suficiente para estar à frente do Senado. Termos uma representante nossa na presidência dará, além da visibilidade a ela, visibilidade ao partido em Mato Grosso do Sul e contribuirá com o sistema econômico e político do Estado.”
O emedebista destaca políticos que levaram o nome do Estado para o cenário nacional. “Acho que já tivemos alguns momentos importantes como o caso do pai dela, senador Ramez Tebet que foi presidente do Senado, com o Marun como ministro, Mandetta como ministro, Tereza Cristina. Então, acho que MS tem sido um berço de revelação de políticos sérios que contribuem efetivamente.”
O ex-ministro e conselheiro da Itaipu, Carlos Marun, afirma que está em Brasília ajudando o MDB nas articulações. Ele auxilia na eleição de Baleia Rossi e diz que Simone tem grandes chances.
“Estou em Brasília e razoavelmente envolvido na campanha do Baleia para a Câmara Federal, e desde ontem tenho tido notícias a respeito desse desfecho. Isso é muito importante para Mato Grosso do Sul, para nossa política que passa a ter um destaque cada vez maior na vida política brasileira. É importante para o MDB, que lança uma candidata sem vínculos com aquela política dos nossos senadores mais antigos e que é afinada com os anseios de renovação da sociedade brasileira. Entendo que ela tenha uma eleição difícil, mas com grande chances de vitória e vamos torcer. Na medida do possível vamos também contribuir para que essa vitória aconteça.”
Marun destaca que o MDB vive um momento especial e que foi o grande vencedor das eleições passadas, elegendo o maior número de prefeitos nas capitais, vice-prefeitos e vereadores. Agora, com dois candidatos da ala jovem do partido em disputa pela presidência do Senado e da Câmara Federal. “Isso é importante e vamos em frente.”
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Texto: Rafael Belo e Andrea Cruz