O governo brasileiro começa a costurar uma aliança de países que defendam posturas conservadoras com o objetivo de influenciar a agenda de direitos humanos. A ideia é de modificar a forma pela qual assuntos como educação sexual e gênero tem sido tratado nos últimos 25 anos na ONU, OMS e outros organismos internacionais, além de “resgatar valores”.
A ofensiva tem sido visto nos bastidores com entusiasmo por alguns. Mas com preocupação por outros governos que temem que tal iniciativa seja um lobby para tentar se contrapor à agenda progressista que, nas últimos décadas, ampliou direitos a minorias no direito internacional, inclusive de grupos LGBT. O projeto ainda é interpretado como um possível ataque contra consensos formados desde a década de 90, fortalecendo os direitos de mulheres e meninas.
Na semana passada, em Budapeste, a ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, fez um apelo por adesões à iniciativa. Ela aproveitou sua participação em um evento sobre “demografia” organizado por Viktor Orbán, o líder nacionalista e conservador húngaro, para convocar os governos a formar um grupo de “amigos da família”.
Segundo ela, seu objetivo na ONU seria “defender e resgatar os valores que alguns setores tendem muitas vezes a ignorar”. Neste momento do discurso, a ministra foi aplaudida por parte daqueles que estavam no evento. (Uol)