O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou na sexta-feira (19) as restrições impostas pelo governo americano como “absurdas” e “injustas”, antes da 80ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A declaração foi feita durante encontro com a vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, que também é alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
As medidas dos Estados Unidos têm dificultado a emissão de vistos para autoridades brasileiras e limitado a circulação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que só poderia se deslocar dentro de um perímetro de cinco quarteirões em Nova York. Além disso, Padilha foi impedido de viajar de Nova York para Washington, o que inviabilizou sua participação na Assembleia Geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
“São restrições que não têm cabimento, injustas, absurdas”, afirmou Vieira. “Nós estamos relatando e pedindo a interferência do secretário-geral [da ONU] junto ao país-sede [EUA], que é o procedimento. Tratamos do tema nos canais disponíveis e estamos esperando agora a ação do secretário-geral da ONU e a presidente da Assembleia-Geral.”
Ministro da Saúde desiste de viagem
Na tarde desta sexta-feira, Padilha anunciou que desistiu de viajar para os EUA, considerando as restrições impostas como “inaceitáveis” e “uma afronta”. Ele enviou uma nota aos integrantes da Opas criticando a postura americana e ressaltou que a “atitude absurda” não intimidará o Brasil.
Em agosto, Padilha e sua família foram alvos indiretos de retaliações do governo americano contra brasileiros ligados ao programa Mais Médicos. Na época, como não era possível restringir o visto do ministro — que estava vencido — a administração suspendeu a permissão de entrada nos EUA para a esposa e a filha de Padilha.
O episódio reforça a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos no contexto da atuação do país em fóruns internacionais de saúde e cooperação científica.
Com informações do SBT News
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