Bolsonaro nega articulações por sanções a autoridades brasileiras e afirma que irá “com a verdade” ao STF

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter mantido qualquer tipo de contato com representantes do governo norte-americano com o objetivo de buscar sanções contra autoridades brasileiras, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A declaração foi dada durante depoimento prestado à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5), no âmbito do inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Durante cerca de duas horas de depoimento, Bolsonaro afirmou que “não tratou com Eduardo nem com ninguém sobre sanções a autoridades brasileiras” e também garantiu que “nunca fez qualquer dossiê ou entregou documentos ao filho sobre decisões do STF”.

Apesar de negar articulações, o ex-presidente confirmou ter se reunido em 6 de maio com Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos Estados Unidos, durante uma visita oficial da delegação norte-americana a Brasília. O encontro, segundo ele, teve “teor reservado”, e não teria relação com qualquer pauta sobre o Judiciário brasileiro.

R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro
Outro ponto abordado foi o envio de recursos financeiros a Eduardo, que atualmente está nos Estados Unidos. Bolsonaro revelou ter repassado R$ 2 milhões ao filho via Pix, no dia 13 de maio. A origem do dinheiro, segundo ele, são doações feitas a sua pessoa. Ele afirmou que o Partido Liberal (PL) não custeou a estadia de Eduardo no exterior e disse que “não permitiria que isso acontecesse”.

O ex-presidente negou que o filho esteja agindo em nome dele e declarou que as ações de Eduardo são “independentes e realizadas por conta própria”.

“Defesa da democracia”
Durante o depoimento, Bolsonaro também procurou reforçar sua posição política: “O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um Judiciário parcial”, disse. Ele afirmou ainda que deseja ver Eduardo disputando o Senado em 2026, embora não tenha previsão para o retorno do filho ao Brasil.

Reação às acusações
A investigação contra Eduardo foi aberta por determinação do STF em maio deste ano. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura se o deputado buscou apoio internacional para sancionar autoridades brasileiras — o que, segundo a PGR, poderia beneficiar juridicamente Jair Bolsonaro, atualmente réu em ação penal por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O próprio Bolsonaro é aguardado para prestar novo depoimento na próxima semana, dessa vez no STF, como parte do processo no qual é réu. Nesta sexta-feira (6), durante o Encontro Nacional de Mandatárias do PL, em Brasília, o ex-presidente afirmou que irá ao Supremo “com a verdade” e disse que não teme o interrogatório.

“Não vou ao STF para desafiar. Estarei lá com a verdade ao nosso lado. Creio que, se Deus quiser, mostraremos para vocês o que é o Brasil e para onde poderemos ir com o povo ao nosso lado”, declarou.

Ao final do evento, Bolsonaro afirmou que viajaria a São Paulo para se reunir com advogados e preparar sua defesa:

“Parto agora para São Paulo para encontrar advogados, para que possamos melhor nos prepararmos para enfrentar desafios”, concluiu.

 

Com informações do SBT News

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