Bolsonaro diz que não precisa pedir autorização sobre suas decisões

Em pronunciamento referente à exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Leite Valeixo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deixou bem claro à população brasileira que para tomar decisões, ele não precisa pedir autorização à ninguém para trocar qualquer pessoa de cargo.

“Se eu posso trocar o ministro, por que não posso trocar o diretor da PF? Eu não tenho que pedir autorização a ninguém para trocar o diretor ou qualquer um outro que esteja na pirâmide hierárquica do poder Executivo”, disse Bolsonaro, durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (24).

Bolsonaro contou ainda que o ministro da Justiça, Sergio Moro, chegou a concordar com a mudança, mas antes fez um pedido. “Mais de uma vez o ministro Sergio Moro disse para mim: ‘você pode trocar o Valeixo sim, mas em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal”, contou.

O chefe do Executivo disse que “ontem em uma videoconferência o senhor Valeixo se dirigiu a todos os seus 27 superintendentes e disse que desde janeiro vinha falando ao senhor Sergio Moro que iria deixar a Polícia Federal”.

Além disso, Valeixo dizia estar cansado e Bolsonaro começou a fazer gestões junto ao ministro “para trocar o diretor-geral da Polícia Federal”.

O presidente relatou ter conhecido o ministro em março de 2017, no aeroporto de Brasília e que em um primeiro contato foi ignorado. “Ele praticamente me ignorou. A imprensa toda noticiou isso, dando descrédito à minha pessoa”, relembrou.

O pronunciamento foi rodeado de apoiadores, entre eles os ministros Nelson Teich (Saúde), Paulo Guedes (Economia), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Onyx Lorenzoni (Cidadania).

ENTENDA

Hoje mais cedo, Bolsonaro decidiu exonerar Valeixo do comando da PF e Moro pediu demissão do cargo. Após o acontecimento, o ex-juiz fez sérias acusações contra Jair Bolsonaro e uma delas, ele declarou que a troca foi para ter acesso a investigações e relatórios da entidade. Além disso, ele relatou que o chefe do executivo estava preocupado com inquéritos que correm atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF).

O decreto oficializando a mudança, publicado no Diário Oficial da União (DOU), veio assinado eletronicamente tanto pelo presidente quanto por Moro, que negou ter assinado o documento. No decreto, consta ainda que a exoneração ocorreu “a pedido”.

(Texto: Izabela Cavalcanti)

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