Em um documento de compromissos apresentado para a organização da Cúpula da Democracia, que será realizada em Washington nos dias 9 e 10 de dezembro, o governo brasileiro acusa a mídia tradicional de desinformação e pede liberdade de expressão na internet para vozes de diferentes ideologias.
No texto, o Brasil diz que a mídia tradicional é responsável por grande parte da desinformação que circula no país e ressalta que o combate ao problema não pode acabar em censura, uma bandeira também levantada pelo ex-presidente americano Donald Trump.
Integrantes do governo americano consideraram as promessas do governo brasileiro “inusuais” para a cúpula, que tem como um dos objetivos a proteção de jornalistas profissionais. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciará como um de seus compromissos o “incentivo à imprensa livre e independente”.
A versão final do texto ficou a cargo ao Palácio do Planalto. Inicialmente, no entanto, a ideia era defender a liberdade de imprensa de forma mais geral. A administração Bolsonaro tem sido alvo de críticas de entidades internacionais devido à intimidação sistemática a jornalistas no país.
O Brasil quer usar a participação na cúpula para “reafirmar o comprometimento com a democracia, a luta contra corrupção e os direitos humanos”, temas do evento. Também quer deixar claro que o país defende a democracia, desde que respeitada a soberania dos países. A
participação do presidente Jair Bolsonaro e de outros líderes se resumirá a um vídeo de três minutos e a uma discussão, na qual a presença do brasileiro não está confirmada, pois ele pode ser representado por algum integrante sênior do governo.
Outras promessas a serem apresentadas pelo Brasil na cúpula são o comprometimento com o Estado de Direito, a liberdade de pensamento e expressão, inclusive na internet, a realização de eleições livres e justas e a manutenção dos avanços em direitos humanos.
Do ponto de vista do governo Biden, um dos objetivos da cúpula é estabelecer uma aliança de países democráticos em oposição à China, na tentativa de isolar o regime de partido único e sem eleições livres.
Com informações: Folhapress