Contrariando as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do próprio Ministério da Saúde,, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro voltaram às ruas no sábado (18) para pedir a reabertura do comércio em várias cidades brasileiras.
Nas capitais mais populosas do país, dois possíveis adversários de Bolsonaro em 2022 foram os principais alvos dos manifestantes: os governadores João Doria (PSDB), de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro. Eleitos com apoio expressivo de bolsonaristas em 2018, Doria e Witzel foram hostilizados em carreatas.
Na cidade de São Paulo, a carreata teve reforço de centenas de motos. Um vídeo postado pelo canal Revoltados Online, de extrema-direita, mostrou a concentração de motociclistas em meio a um carro de som com a faixa “Doria vergonha de SP, desgraça do Brasil, impeachment já” e a execução do hino nacional. A foto do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, também era exibida com a inscrição “Lava Jato fica”.
Doria reagiu no Twitter às manifestações. “Neste sábado, São Paulo chegou a 991 mortos e a doença já atingiu 225 cidades do nosso Estado. No mesmo dia, algumas manifestações a favor do coronavírus sugiram como ato de sabotar o trabalho de profissionais de saúde, que continuam lutando para salvar vidas”, escreveu o governador, que acusou os bolsonaristas de partidarizarem a discussão. “O mundo inteiro está unido para combater a pandemia. No Brasil, alguns insistem em tratar a doença como se ela escolhesse cor partidária. São aliados da doença. Triste, muito triste”, escreveu.
Witzel, que está infectado pela covid-19, não comentou o assunto. Mas publicou em suas redes sociais uma foto em que aparece despachando, neste sábado, com auxiliares.