Motivo está ligado à entrevista de Lula contra o então juiz Sergio Moro
Os deputados Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, ambos do PL, assinaram documento protocolado ontem (29), ao final da tarde, pedindo o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Partido Liberal (PL) realizou a coleta de assinaturas de seus deputados, um dia antes da chegada do ex-presidente, Jair Bolsonaro, como se fosse “um presente” ao líder, que tentará se consolidar como grande influenciador da oposição. A peça foi assinada por cerca de 35 parlamentares e vai apontar, ao menos, três crimes de responsabilidade: “quebra de decoro, ameaça e coação a representante do poder Legislativo e desvio de função”.
O documento indica os crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos pelo petista, nestes primeiros meses de governo. A iniciativa conta com o aval do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
A peça foi assinada por cerca de 35 parlamentares e vai apontar, ao menos, três crimes de responsabilidade: “quebra de decoro, ameaça e coação a representante do poder Legislativo e desvio de função”. O documento indica os crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos pelo petista, nestes primeiros meses de governo. A iniciativa conta com o aval do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O protocolo, no qual há o pedido, indica crime de responsabilidade e quebra de decoro, pela fala de Lula contra o senador Sergio Moro (União- -PR) na semana passada, durante entrevista. Na ocasião, Lula teria dito sobre um certo ressentimento que tinha em relação a Moro, após passar 580 dias preso, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, por condenações realizadas pelo ex-juiz, que terminou suspeito por agir de forma parcial nas condenações.
Lula está próximo de completar 100 dias de governo e possui seis protocolos, pedindo afastamento. O deputado bolsonarista Bilbo Nunes (PL-RS) diz que a fala de Lula “que queria f*d*r” o ex-juiz, e agora senador, quando estava preso, configura crime.
Os deputados do PL venderam a ação como um “superpedido de impeachment” . Ao jornal O Estado, o deputado Marcos Pollon disse que assinou o pedido e que irá trabalhar para que o atual presidente deixe o cargo, por esse meio.
O deputado Rodolfo Nogueira disse, ao jornal O Estado, que a intenção é destituir Lula do poder, obedecendo às regras, para se ter um impeachment. “Queremos que esse desgoverno seja destituído, somos a favor de que o PT seja investigado, para apurar a relação do partido com o crime organizado. Estamos avaliando tudo, com muita estratégia e cautela, pois existem regras para o impeachment, tais como quem vai assumir, como vai ocorrer todo o trâmite? Mas, vamos continuar trabalhando para sermos essa oposição ferrenha contra o PT e toda essa pauta de retrocesso do Lula.”.
Trecho do documento
“No contexto de reiteradas falas sobre desejo de vingança aos integrantes da operação Lava Jato, o presidente da República flagrantemente faltou com a verdade e produziu fake news de efeitos extremamente danosos às instituições. Em seguida, o presidente debochou da ameaça séria à vida de famílias inocentes”, diz trecho do texto.
No governo anterior, a oposição da época e que hoje é a base do governo, também protocolou pedidos para afastar Jair Bolsonaro. Em sua gestão, Bolsonaro colecionou um total de 158 pedidos de impeachment, que ficaram engavetados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Outro fato que pode causar desgaste no primeiro semestre da gestão de Lula é o avanço da possibilidade de ser instaurada a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos antidemocráticos, de 8 de janeiro. A oposição trabalha com a hipótese de que o governo federal sabia sobre os planos de depredação e teria se mantido inerte, além disso, os deputados bolsonaristas indicam que havia infiltrados entre os manifestantes e que eles é quem foram responsáveis pelos ataques.
Para a base do governo, a tática da oposição é ter palco e espaço para fazer política reacionária e ganhar força, sem que a real intenção de investigar fatos, como quem foram os financiadores e grandes influenciadores das ações.
De MS, os bolsonaristas Marcos Pollon, Rodolfo Nogueira, Dr. Luiz Ovando (PP), senadora Tereza Cristina (PP), senador Nelsinho Trad (PSD) assinaram o pedido de
CPMI. O restante da bancada se absteve.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de MS.
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