A OAB imputa ao presidente os crimes de perigo para a vida ou saúde de outrem, infração de medida sanitária preventiva, emprego irregular de verbas ou rendas públicas e prevaricação
O procurador -geral da República terá que decidir se processa ou não o presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal por crime de ‘péssima gestão’ durante a pandemia da Covid-19. A solicitação foi feita pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados (OAB) do Brasil em documento datado nesta terça-feira (23).
A OAB imputa ao presidente os crimes de perigo para a vida ou saúde de outrem, infração de medida sanitária preventiva, emprego irregular de verbas ou rendas públicas e prevaricação. A entidade de advogados lista atitudes e posturas do presidente diante da pandemia, como o incentivo ao uso de medicamentos que não tem eficácia cientificamente comprovada contra a covid-19 e a posição contrária ao isolamento social.
O crime de prevaricação atribuído a Bolsonaro se dá em razão da “evidente a gestão criminosa da crise sanitária” causada pelo novo coronavírus. A OAB ressalta a ineficiência e o despreparo da gestão federal da pandemia, lembrando ainda que pesquisas indicam que é “possível se falar em intencional omissão estatal”.
A representação diz ainda que elementos que caracterizam a prevaricação – “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal” – podem ser
observados na “péssima gestão” do governo na compra das vacinas “em virtude de atritos e divergências político-ideológicas, em prejuízo da saúde e da vida de todos os brasileiros”.