Apostando em nomes fortes das últimas eleições, PSOL e Rede acertam detalhes antes de confirmar federação

Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress
Foto: Mathilde Missioneiro/Folhapress

Os partidos Rede Sustentabilidade e PSOL discutem os detalhes finais do estatuto da federação que será criada entre os dois, visando ampliar suas bancadas na Câmara dos Deputados e formar um projeto de esquerda “renovado”. Os dirigentes de ambas legendas caminham para um acordo que evite a sobreposição de uma sobre a outra nas decisões.

A ideia é distribuir os cargos de direção baseado no número de congressistas na Câmara dos Deputados ou das Assembleias Legislativas, mas garantir que o menor partido tenha ao menos 30% dos espaços até o final do ano. A preocupação ocorre porque atualmente, somados, os partidos têm 11 parlamentares, mas apenas um pertence à Rede.

Para mudar esse cenário, a legenda de Marina Silva pretende lançar nomes fortes para concorrer às cadeiras de deputados e deputadas federais, incluindo o da própria ex-ministra. Túlio Gadêlha, recém-filiado ao partido após deixar o PDT, e Heloísa Helena, atual porta-voz  nacional da Rede Sustentabilidade, também devem participar do pleito.

Pelo lado do PSOL, a expectativa é de que Guilherme Boulos, pré-candidato ao governo de São Paulo, abra mão da candidatura para fortalecer o congresso. Liderança do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos é um hoje dos nomes mais promissores do partido, principalmente após ter recebido 1, 1 milhão de votos no primeiro turno da eleição à prefeitura de São Paulo em 2020.

Se confirmada a federação, a composição dos diretórios valerá tanto para a direção nacional quanto para as unidades estaduais. A partir de 2023, a distribuição seria refeita levando em consideração o novo resultado das urnas. Se o objetivo dos partidos for alcançado, serão 20 deputados eleitos em outubro.

Alguns detalhes ainda precisam ser debatidos, no entanto. Há divergências locais em Minas Gerais e no Pará, onde a Rede apoia os governos estaduais e o PSOL é oposição. Quanto à disputa presidencial, uma ala do PSOL ainda defende a candidatura própria do partido, personificada pelo deputado federal pelo Rio de Janeiro Glauber Braga – que se mostrou contrário à ideia da federação em si.

A princípio, os partidos apoiariam o ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno, mas há a expectativa que a Rede libere sua militância para apoiar o ex-ministro Ciro Gomes, candidato do PDT e favorito de Heloísa Helena. Randolfe Rodrigues, líder da oposição ao Governo Bolsonaro no Senado, deve ser um dos coordenadores da campanha do candidato petista.

Com informações da Folhapress.

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