Com o partido em pé de guerra, integrantes do PSL passaram a defender a quebra do sigilo do cartão corporativo de Jair Bolsonaro. Deputados argumentam que falta isonomia ao presidente, que critica a sigla e exige a devassa nas contas do partido, mas mantém em segredo o detalhamento de gastos com alimentação e transporte. Essa ala da legenda lembra que, quando deputado, Bolsonaro reivindicava transparência no uso da verba presidencial. Agora, parece ter se esquecido do assunto.
No PSL, há quem estude recorrer ao Ministério Público Federal para pedir formalmente a descrição dos gastos do Palácio do Planalto.
O governo fornece dados sobre a despesa total da Secretaria de Administração da Presidência da República, que inclui o gabinete pessoal e órgãos vinculados, mas preserva a divulgação de informações consideradas de segurança do mandatário.
As últimas declarações de Bolsonaro, de que deverá mesmo deixar o PSL e migrar para uma sigla nova, irritaram dirigentes do partido que até a última semana tentavam compor com ele. A ala do “deixa disso” prega agora a expulsão do presidente.
Esses integrantes da legenda vão levar a reivindicação a Luciano Bivar, que comanda o PSL. Vão argumentar que o dirigente não deve se furtar a atender uma solicitação que parta da maioria de seu grupo para não correr o risco de perder apoio. (Folha de S. Paulo)