Agricultura em terras indígenas é debate na Assembleia

“Já estamos cansados de promessas. Queremos clamar e invocar ações. O desenvolvimento agrário em terras indígenas nos alegra. Precisamos de uma saída, temos coragem para isso. Aqui nesta Casa é que se discute lei e onde vemos os rumos que vão tomar os sul-mato-grossenses”, foi o desabafo do cacique Jones Reginaldo na audiência pública “Desenvolvimento Agrário em Terras Indígenas” realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS).

O evento reuniu parlamentares, indígenas e instituições públicas e privadas. A ideia é buscar parcerias para gerar renda para os índios do Estado. O evento foi proposto pelo deputado Neno Razuk (PTB), presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas e Quilombolas.

Quem apresentou as ideias ao grupo e mostrou uma iniciativa bem sucedida de agricultura em terras indígenas no Mato Grosso, foi o assessor jurídico da Comissão, Alipio Marcus Laca de Oliveira. “A comunidade Parecis hoje tem renda bruta anual de 55 milhões de reais, fruto da agricultura. Cem por cento desse valor é revertido para a comunidade”, explicou o servidor.

Ações e desafios

Para os participantes da reunião, iniciar a produção envolve: governo, definir culturas, garantir assistência técnica e manter os programas de apoio da agricultura familiar. As comunidades indígenas destacaram a necessidade de ouvir e respeitar a vontade dos índios e a cultura de cada uma das etnias.

“Os indígenas não conseguem vender os produtos, porque não podem emitir nota, mas há maneiras legais de implantar essa ideia”, explicou Oliveira. (Texto: Rafael Belo com Agência ALMS)

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