Aos 24 anos, Maurício Serpa França, é advogado e ativista indígena. Filho de indígena, reconheceu sua origem e levanta a bandeira da causa para tornar visível seu povo. Atuante, ele advoga pela causa e mora com a mãe Marluce, 47 anos, lavadeira e preocupada com a decisão do filho. Ela não compreende muito a necessidade de Maurício militar politicamente e dar o nome à disposição para a pré-candidatura a vereador pelo REDE. Ele também tem um irmão de 30 anos, todos com o mesmo posicionamento da mãe, mas acabam apoiando pela importância das ações do jovem.
“A educação nos permite ter pensamento crítico e questionar. Advogo para tentar minimizar a posição constante do Estado contra os povos indígenas dentro dos conflitos no campo”, pontuou. Maurício exalta o orgulho da mãe que criou os dois filhos sozinha e enaltece a mulher que está à frente da família, suprindo com louvor a ausência da figura masculina diante de um país fortemente machista.
Maurício reforça sobre a inviabilidade dos povos indígenas. “Não se vê as comunidades indígenas urbanas. Estão totalmente desassistidas. Mesmo tendo direitos garantidos não existem, devido a esta invisibilidade produzida pelo Sistema que os excluem de todos os direitos constitucionais”, desabafou.
“Meu sonho é poder participar ativamente do meio político, mas não por mim. Claro que quero estar lá, mas é um cargo coletivo para manter a cidade dinâmica e para todas as pessoas, inclusive os indígenas”, concluiu.
(Texto: Rafael Belo)