“Nasci deficiente. Para mim tudo sempre foi na garra, na luta”, revelou Adriana Rolon, 37 anos, que teve resistência da mãe, que aos 56 anos a viu levantar pela segunda vez a bandeira da acessibilidade, mas agora pelo Rede. “O vereador Eduardo Romero, foi até em casa e conseguiu convencer minha mãe e minha irmã, de 24 anos. Ela não gostou quando me candidatei pela primeira vez porque não foi fácil,” disse. Adriana é jogadora paraolímpica de bocha. Ela nasceu prematura aos seis meses e seus braços e pernas não desenvolveram completamente.
“Minha luta é por acessibilidade que não encontro em lugar nenhum. Campo Grande melhorou, mas como não é adequada, digo que não há acessibilidade. Isso porque não adianta uma rampa íngreme ou uma calçada rebaixada com degrau ou obstáculo. É resultado de quem está criando isto e não é conhecedor da causa, não é deficiente”, explicou Adriana.
Adriana esbarra também no preconceito. “A acessibilidade que existe com todos, os poréns estão no Centro, porque nos bairros não tem. Eu tenho que pegar ônibus na rua porque a calçada não é rebaixada e o ônibus para no meio da rua para eu conseguir entrar. Agora com a pandemia nem sempre param. Alegam que sou do grupo de risco e usam isso como desculpa. É preconceito. Não sou do grupo de risco”, desabafou.
“Meu sonho é ter uma cidade totalmente acessível, terminar meu bacharelado em Educação Física, que tive de trancar e me especializar em educação adaptada. E, com meu trabalho, conseguir uma vida melhor para minha família”, finalizou Adriana.
(Texto: Rafael Belo)