A prisão de um traficante de armas no Rio de Janeiro (RJ) pela Polícia Federal local levou o órgão de segurança a desarticular uma quadrilha responsável pelo abastecimento sediada em Foz do Iguaçu (PR), mas com ramificações em Mundo Novo, a 473 quilômetros de Campo Grande. De acordo com a PF, o esquema seria responsável inclusive por armar a milícia carioca, grupo criminoso formado por policiais.
A Operação Container foi desencadeada na manhã desta quarta-feira (15), com dois mandados de busca cumpridos na cidade sul-mato-grossense e outros 11 em Foz do Iguaçu (PR), onde duas pessoas foram presas. A PF não divulgou nomes e locais das ações. Mas O Estado apurou que as casas que foram alvos no Estado funcionavam como bases da quadrilha, para estocar e organizar o envio das armas para o Rio.
Segundo a PF carioca, a operação de ontem é a consequência de um trabalho de investigação que perdura desde o ano passado e busca identificar a rota das armas usadas por grupos criminosos na capital fluminense, não só traficantes, como também a milícia.
Parte desse trabalho de apuração levou aos nomes de dois ‘coiotes’, como são chamados os revendedores de armas no mercado negro. Os paranaenses já eram procurados pela Polícia Civil de seu estado pelo trabalho de revender armas e munições adquiridas no Paraguai. E não são necessariamente modelos de fácil acesso, mas espingardas, pistolas de calibre restrito, como a ponto 45 e até uma escopeta, como foi identificado pela PF.
Um dos paranaenses foi preso no Rio no início da semana, após os federais identificarem as datas de uma transação que seria feita em um hotel na zona sul da cidade. Com ele foi encontrada justamente uma pistola. Mas o mais valioso foram as informações obtidas no celular, onde foi possível localizar o comparsa e os pontos de atuação do bando.
Assim foi feito ontem, com a operação. O principal comparsa foi localizado em Santa Helena (PR), cidade vizinha a Novo Mundo, na casa de familiares. Nas bases estouradas pelos agentes, mais armas foram localizadas como uma espingarda e um revólver, além de munição correspondente.
A quantidade total de armamento apreendido não foi revelada, assim como os nomes dos dois ‘coiotes’ presos pelos agentes federais.
Segundo a PF do Rio, os trabalhos de investigação continuarão para levantar outros pontos de atuação da dupla e suas ramificações como contato com distribuidores e as rotas usadas. Por conta disso, o órgão diz que se pronunciará de forma oficial concreta sobre o ocorrido somente após o término dos trabalhos.
(Texto: Rafael Ribeiro)