Apontado pela polícia do Rio de Janeiro como um dos autores do ataque à sede do canal Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi está escrevendo um livro em que conta detalhes do atentado à produtora. O empresário, que fugiu para Moscou no fim do ano passado um dia antes da expedição de seu mandado de prisão, disse se sentir como um perseguido político. Ele, que voltaria ao Brasil no dia 30 de janeiro, já admite a possibilidade de ficar na Rússia.
No livro, Fauzi pretende descrever seu papel no ataque ao Porta dos Fundos, que diz ter sido “belo, justo e moral” e sua viagem à Rússia. Ele nega ter atirado os coquetéis molotov na sede da produtora, mas admite “saber de antemão que seriam lançados” e que teve uma “participação ativa, mesmo que simbólica” no episódio.
O crime teria sido uma resposta ao especial de Natal do grupo de humor, que apresenta um Jesus como um homossexual, papel de Gregorio Duvivier. “Esse últimos eventos têm sido dramáticos. Há toda uma gama de personagens secundários envolvendo a conclusão do ataque ao Porta dos Fundos, traições, derrotas, vitórias e apoios inesperados. Preciso escrever agora, ou o calor das emoções de quem está no centro do problema vai se resfriar e eu vou perder esses sentimentos tão necessários à eternização dessa experiência”, conta Fauzi.
Seus advogados entraram com um pedido de habeas corpus na Justiça do Rio de Janeiro, em resposta ao mandado de prisão temporária decretado pelo tribunal do estado. Fauzi também pediu asilo político ao governo russo, mas ainda não tem resposta da Justiça e nem do Kremlin. O Itamaraty afirma que não recebeu do Ministério da Justiça nenhum pedido de extradição para Eduardo Fauzi e que, portanto, não enviou uma solicitação ao Kremlin.
(Texto: Lyanny Yrigoyen com Folhapress)