De janeiro a outubro, 1.546 pessoas foram mortas pela polícia no estado do Rio de Janeiro, o maior número registrado no período desde 1998. O número de mortes provocadas por policiais RJ nos primeiros dez meses de 2019 é o maior registrado no período nas últimas duas décadas, segundo levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgado na segunda-feira (25).
Entre janeiro e outubro, 1.546 pessoas foram mortas em intervenções policiais, mais que as 1.534 mortas no mesmo período de 2018, que até então era o número mais alto desde o inicio dos levantamentos, em 1998. O terceiro ano com maior número de mortos por policiais no período foi 2007, com 1.330 ocorrências.
Até outubro deste ano, ocorreram em média cinco mortes provocadas por policiais por dia. Uma em cada três mortes violentas ocorridas no estado foram cometidas por agentes de segurança.
Desde a campanha eleitoral no ano passado, o governador Wilson Witzel adotou uma postura linha-dura em relação a criminosos, defendendo o confronto entre policiais e traficantes no estado, incluindo o “abate” de pessoas que portassem armas ilegais.
A Defensoria Pública afirma que a lei determina a proteção da vida e afirma que as mortes precisam ser investigadas. “Os casos de letalidade por policiais precisam ser aqueles casos absolutamente extremos, onde não há nenhuma outra alternativa”, observou o defensor público Pedro Strozenberg, citado pelo Jornal Nacional em setembro.
A Polícia Civil do estado afirma que todos os casos de morte em decorrência de intervenção policial são apurados pela Delegacia de Homicídios, além de serem avaliados pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. (João Fernandes com DW)